Considerando-se o trecho “[...] propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência.” (1º§) pode-se afirmar que:
Verão agrava consumo excessivo de álcool
As bebidas alcoólicas caracterizam-se por conter etanol, uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão
cerebral, e que possui propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência. De acordo com os dados da Organização
Mundial de Saúde, cerca de 3,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo desmedido de álcool, sendo este
a quarta maior causa de morte em todo o mundo.
Com a chegada do bom tempo e do período de férias, chegam também as atividades ao ar livre, as festas regionais e os
festivais de música, circunstâncias que apelam ao consumo de bebidas alcoólicas, tradicionalmente associado ao relaxamento
e à diversão. O efeito de desinibição social intrínseco ao álcool pode também ser motivo de procura em pessoas com maiores
limitações na interação social, sobretudo jovens, como os que sofrem de fobia social, grupo de risco para desenvolver
problemas relacionados com o álcool.
O consumo excessivo de álcool constitui atualmente um sério problema de saúde pública, aumentando exponencialmente
o risco de acidentes em meio aquático, de acidentes de viação, de consumo de outras substâncias estupefacientes, de
comportamentos sexuais de risco e de comportamentos violentos.
O abuso de bebidas alcoólicas no período de férias de verão é sobretudo preocupante nas faixas etárias mais jovens por
múltiplas razões, das quais se deve realçar o potencial para precipitar um padrão de consumo regular e problemático que se
perpetua após este período.
(Dra. Mônica Almeida – Psiquiatra da Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra. Disponível em: https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/veraoagrava-consumo-excessivo-de-alcool.)
As bebidas alcoólicas caracterizam-se por conter etanol, uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, e que possui propriedades intrínsecas capazes de levar à dependência. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo desmedido de álcool, sendo este a quarta maior causa de morte em todo o mundo.
Gabarito comentado
Tema central: Esta questão trata de regência nominal, mais especificamente da relação de dependência entre um adjetivo ("capaz") e o termo que o complementa, sempre mediada por uma preposição exigida pelo termo regente.
Comentário da alternativa correta (B):
A alternativa B está de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa. O adjetivo "capaz" exige a preposição "de" para introduzir o complemento, formando "capaz de dependência". Assim, o termo regente (neste caso, "capaz") é quem determina — ou seja, é responsável pela obrigatoriedade da preposição que antecede "dependência", o termo regido. Segundo Bechara e Cunha & Cintra, isto configura uma estrutura típica da regência nominal.
Explicação das alternativas incorretas:
A) Afirma que a presença da preposição ocorre porque "dependência" é um substantivo feminino. Está incorreto! O emprego da preposição não depende do gênero do substantivo, mas sim da regência do adjetivo ("capaz de...").
C) Sugerir que trocar "dependência" eliminaria a possibilidade de preposição é um equívoco. "Capaz" exige "de" independentemente do complemento: "capaz de vencer", "capaz de sucesso". A necessidade da preposição persiste.
D) A questão fala em manifestação de linguagem coloquial, o que não ocorre aqui. O uso da regência “capaz de” está plenamente conforme à norma culta, caracterizando linguagem formal (como orienta o Manual de Redação da Presidência da República).
Estratégia para provas: Sempre identifique o termo regente principal e verifique qual preposição ele exige. O sentido entre regente (nome/adjetivo) e regido (complemento) nunca depende do gênero das palavras, mas sim da regência estabelecida pelos gramáticos.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






