A ênfase quanto à “manutenção” do corpo e da aparência na
cultura de consumo sugere duas categorias básicas: o corpo
interno e o externo. O corpo interno refere-se ao contexto
da saúde e ótimo funcionamento do corpo que, por sua vez,
exige manutenção e reparo diante da doença, do abuso e da
deterioração que acompanha o processo de envelhecimento. O
corpo externo é referente à aparência, bem como ao movimento
e ao controle do corpo dentro do espaço social. (CARVALHO,
2019).
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o sistema
corporal, pode-se afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — As atividades físicas desenvolvidas no tempo disponível foram apropriadas pela lógica de mercado, e os meios para realizá-las se tornaram um comércio em grande expansão.
Tema central: o enunciado trata da distinção entre corpo interno (saúde e funcionamento) e corpo externo (aparência e controle social) e como a cultura de consumo transforma práticas corporais (atividade física, estética, equipamentos) em mercadorias. Entender a mercantilização do corpo é essencial para questões sobre qualidade de vida e educação física (CARVALHO, 2019).
Resumo teórico: a sociologia do corpo e estudos sobre consumo mostram que o lazer e a atividade física foram apropriados pela indústria do fitness e da beleza — academias, roupas, aparelhos, suplementos e serviços viram mercado em expansão. Isso não nega o valor da atividade para a saúde (ver recomendações da OMS sobre atividade física), mas aponta a transformação de meios em produtos consumíveis.
Justificativa da alternativa correta (E): o item reproduz exatamente a ideia do texto: práticas corporais realizadas no tempo livre foram capturadas pela lógica de mercado e os “meios para realizá-las” (serviços, equipamentos, planos, produtos) tornaram-se comércio crescente. Essa interpretação alinha-se ao conceito de mercantilização descrito por Carvalho (2019).
Análise das alternativas incorretas:
A — fala que “grande parcela da população tem acesso aos valores instituídos pela lógica de mercado”, o que exagera. O texto aponta influência da indústria, não que todos tenham igual acesso ou que isso seja ancorado em distribuição universal; é uma generalização indevida.
B — afirma que a indústria preserva valores individuais em detrimento da cultura de consumo. Está invertendo a relação: a indústria promove valores da cultura de consumo, não os preserva em contraste com ela.
C — diz que a atividade física associada à estética “não é o caminho para o sucesso, segundo a indústria”. Pelo contrário, a indústria enfatiza exatamente essa associação (saúde + estética) como argumento de venda.
D — sustenta que boa forma só será atingida seguindo imposições da indústria. É uma visão determinista e normativa; a indústria pressiona, mas não determina exclusivamente os resultados de saúde ou boa forma.
Dica de interpretação: busque termos-chave do enunciado — “apropriadas pela lógica de mercado”, “meios… comércio” — e compare com o sentido exato de cada alternativa; elimine opções que generalizam, invertem relações ou fazem afirmações deterministas.
Fontes: CARVALHO (2019) — texto-base; Organização Mundial da Saúde — recomendações sobre atividade física (contexto de saúde pública).
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