“Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente
não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos
definir um período no seu passado e no seu futuro.”
(2o parágrafo)
Os pronomes destacados no texto referem-se a.
Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem
do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.
Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com
uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão,
devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos
o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o
que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já
o presente é o “agora”, o instante atual.
Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos
passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas,
segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter
duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um
período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos
coerentes em nossas definições, o presente não pode
ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe!
A discussão acima nos leva a outra questão, a da origem
do tempo. Se o tempo teve uma origem, então existiu um
momento no passado em que ele passou a existir. Segundo
nossas modernas teorias cosmogônicas, que visam explicar
a origem do Universo, esse momento especial é o momento
da origem do Universo “clássico”. A expressão “clássico” é
usada em contraste com “quântico”, a área da física que lida
com fenômenos atômicos e subatômicos.
[...]
As descobertas de Einstein mudaram profundamente
nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade
geral, ele mostrou que a presença de massa (ou de energia)
também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito
seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico
adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua
volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral
para descrever a origem do Universo.
(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)
Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.
Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o “agora”, o instante atual.
Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe!
A discussão acima nos leva a outra questão, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, então existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmogônicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial é o momento da origem do Universo “clássico”. A expressão “clássico” é usada em contraste com “quântico”, a área da física que lida com fenômenos atômicos e subatômicos.
[...]
As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo.
(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)
Gabarito comentado
Tema central da questão: A questão aborda referência pronominal, especialmente o emprego do pronome possessivo de terceira pessoa (“seu”), elemento fundamental para garantir coesão textual e clareza nas relações entre as ideias no texto.
Como identificar a alternativa correta: Para resolver a questão, é necessário analisar a quem os pronomes “seu” se referem no trecho “um período no seu passado e no seu futuro”. Pela norma-padrão, conforme destacado por Evanildo Bechara (“Moderna Gramática Portuguesa”), o pronome possessivo “seu” indica posse, geralmente referente ao termo mais próximo em terceira pessoa.
No texto, o termo central é “presente” (“o presente não pode ter duração no tempo...”). O que se afirma é que, se o presente tivesse duração, poderíamos dividir o presente em passado do presente e futuro do presente. Portanto, o “seu” indica aquilo que pertence ao presente: o passado do presente, o futuro do presente.
Alternativa correta: B) “presente”
Análise das alternativas incorretas:
- A) “separação”: Sem relação de posse semântica – “passado” e “futuro” não pertencem à “separação”.
- C) “caso”: O “caso” não pode ter passado ou futuro próprios.
- D) “tempo”: Apresenta relação conceitual, mas o texto particulariza que a duração do presente é o que permitiria os períodos.
- E) “período”: Os períodos seriam definidos a partir do presente, e não o contrário.
Estratégia para interpretação: Ao identificar pronomes possessivos, sempre procure o termo antecedente mais próximo e coerente semântica e gramaticalmente. Evite deixar-se levar por termos genéricos (ex: “tempo”). Uma dica: se substituir “seu” por “do presente” e a frase continuar fazendo sentido, há um forte indicativo do referente.
Resumo da regra: Pronomes possessivos (“seu”, “sua”, etc.) costumam gerar ambiguidade. Sempre busque o termo terceiro mais próximo ao qual ele pode se referir, observando a lógica da posse e da coesão do texto.
Assim, a alternativa B está correta. Esta habilidade é essencial para questões de coesão textual, demonstra boa compreensão de gramática de pronomes e impede erros por distração.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






