O psicólogo Antoni Bolinches afirma que nas depressões leves ou moderadas os medicamentos tratam os sintomas, mas não a causa. Por isso, às vezes, quando o tratamento acaba, o problema continua existindo. “As depressões exógenas ou reativas, isto é, aquelas que vêm de fora, de algo que o está afetando ou que lhe aconteceu, deveriam ser tratadas principalmente, ou também, psicologicamente. Porque se o paciente aprende a lidar com o problema obtém o dobro de benefícios: o supera, mas também aprende", diz. Entretanto, reconhece que há pessoas que preferem tomar medicação. “Criamos um modelo social em que não estamos acostumados com o esforço e as dificuldades, por isso recorremos à farmacologia", diz.
(Comprimidos para as dores da vida: cresce o consumo de antidepressivos na Europa. El País, 26.12.2013. Adaptado.)
Para o psicólogo, a diferença entre estados de normalidade e de patologia mental
Gabarito comentado
Resposta correta: D
Tema central: a questão avalia a compreensão do modelo biopsicossocial em Psicologia da Saúde — isto é, como fatores biológicos, psicológicos e sociais interagem para distinguir normalidade de patologia.
Resumo teórico: o modelo biopsicossocial (Engel, 1977) propõe que transtornos mentais não resultam apenas de causas exclusivamente biológicas ou exclusivamente sociais, mas do cruzamento entre fatores neurológicos, psicológicos e contextuais (familiar, econômico, cultural). Em depressões reativas, por exemplo, um evento externo (perda, desemprego) soma-se a vulnerabilidades biológicas e ao apoio social disponível, determinando manifestação e gravidade (ver também DSM-5; recomendações da OMS sobre saúde mental).
Justificativa da alternativa D: a alternativa D expressa com precisão a ideia central do texto e da teoria: a diferença entre normalidade e patologia depende do interplay entre fatores neurológicos e sociais — ou seja, múltiplos níveis explicativos. O excerto do texto reforça que medicação trata sintomas, enquanto intervenção psicológica atua sobre como a pessoa lida com fatores externos, apontando para abordagem integrada.
Análise das demais alternativas:
A — Psiquiátrica e espiritualista: incorreta. Mistura conceitos clínicos com uma abordagem não científica (espiritualista) sem respaldo teórico geral para definir normalidade vs. patologia.
B — Herança genética: incorreta por ser reducionista. A genética influencia vulnerabilidade, mas não é determinante isolada — negligencia fatores ambientais e psicológicos.
C — Condicionamentos econômicos: incorreta por enfatizar apenas um determinante social. Fatores econômicos são relevantes, mas insuficientes para explicar sozinho a fronteira entre normal e patológico.
E — Fatores primordialmente químicos e biológicos: incorreta por ser biomédica exclusiva. Embora componentes químicos/biológicos sejam importantes (p.ex. neurotransmissores), o enunciado e a literatura defendem abordagem integrada.
Dica prática para provas: busque palavras que indiquem exclusividade (primordialmente, sobretudo, apenas) — são sinal de alternativa tendencialmente errada quando o tema é multifatorial. Em Psicologia da Saúde, prefira respostas que integrem níveis explicativos.
Referências rápidas: Engel (1977) — modelo biopsicossocial; DSM‑5; diretrizes da OMS sobre saúde mental.
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