O Comitê Cearense pela Prevenção de
Homicídios na Adolescência apontou que, no ano de
2015, as principais vítimas deste tipo de violência
foram jovens pretos ou pardos (em 65,75% dos
casos), do sexo masculino (em 97,95% dos casos) e
todos pobres e moradores de periferia. É esta
certamente uma questão social que se agrava pelo
país. Este estudo sobre os homicídios na
adolescência na capital (Fortaleza) e em seis
municípios do Ceará (Caucaia, Eusébio, Horizonte e
Maracanaú, na Região Metropolitana, Sobral e
Juazeiro do Norte, no interior do estado), é parte da
estratégia de enfrentamento à violência letal contra
o adolescente. Entre as principais recomendações do
Comitê para combater tal realidade estão: promover
a qualificação urbana dos territórios vulneráveis aos
homicídios; mais oportunidades de emprego e renda
para esses jovens; formar policiais em direitos da
criança e do adolescente para garantir abordagens
adequadas e promover o controle externo da
atividade policial; e garantir a investigação e a
responsabilização pelos homicídios.
Trajetórias interrompidas: homicídios na adolescência
em Fortaleza e em seis municípios do Ceará. Fortaleza:
UNICEF/Governo do Estado do Ceará/Assembleia
Legislativa do Estado do Ceará, 2017. Adaptado.
Considerando o estudo do Comitê Cearense pela
Prevenção de Homicídios na Adolescência, no que
concerne aos jovens assassinatos no estado, é
correto afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: Estratificação e desigualdade social aplicada à violência letal contra adolescentes. A questão cobra compreensão de que homicídios entre jovens negros, pobres e moradores de periferia são fenômeno social ligado a desigualdades estruturais e exigem políticas públicas baseadas em diagnóstico e investigação.
Resumo teórico e fontes: A violência letal juvenil relaciona-se a determinantes sociais (pobreza, racismo, exclusão territorial, falta de emprego) e a práticas institucionais (ações policiais). Estudos e recomendações (ex.: relatório UNICEF/Governo do Ceará, 2017) indicam intervenções integradas: qualificação urbana, emprego, formação policial em direitos (ECA - Lei nº 8.069/1990) e investigação/ responsabilização. Essas medidas partem da necessidade de conhecer a realidade para formular respostas eficazes.
Por que D está correta: A alternativa D afirma que combater os homicídios exige estudos que investiguem a fundo a realidade vivida pelos jovens periféricos. Isso está em conformidade com as recomendações do Comitê: políticas eficazes dependem de diagnóstico, mapeamento territorial e investigação das causas. Portanto, afirmar que as ações passam por estudos aprofundados está alinhado com a abordagem técnica e baseada em evidências.
Por que as outras estão erradas:
A — Afirma um caráter exclusivo de Fortaleza frente a outras capitais/mundo. Erro: o estudo identifica um problema local, mas não o transforma em fenomenologia única global; violência juvenil em periferias é fenômeno observado em diversas cidades, ligado a desigualdades.
B — Culpa a "rebeldia juvenil" como explicação central. Erro: reduz o problema a traço etário e individualiza a questão, ignorando fatores estruturais e institucionais que o relatório aponta (pobreza, raça, territorialidade, atuação policial).
C — Afirma que qualificar policiais sobre o ECA não ajuda. Erro: contraria explicitamente as recomendações do Comitê, que incluem formação policial em direitos da criança e do adolescente como medida para abordagens adequadas e redução de violência.
Dicas de interpretação de questões: procure termos absolutos ou reducionistas (ex.: “único”, “rebeldia”), identifique se a alternativa está alinhada com evidência/autoridade mencionada no enunciado, e prefira opções que expressem políticas baseadas em diagnóstico e multidimensionalidade do problema.
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