Atente para o seguinte excerto a respeito das
crises econômicas globalizadas dos últimos anos: “Nessa segunda década do século XXI, [...],
praticamente não se fala em globalização. Apesar da
constatação de que, de fato, vivemos em um mundo
globalizado, principalmente em função da rede
mundial de comunicações comandada pela Internet,
esse termo não aparece com frequência nos
noticiários. Pelo contrário, desde 2008 a economia
mundial entrou em mais uma crise, de grandes
proporções – e, desde então, somente se fala sobre
isso, ou seja, sobre a crise e seus efeitos, como por
exemplo, a queda na produção industrial e o
aumento do desemprego, principalmente nos países
mais pobres. De acordo com dados apurados pela
instituição financeira Credit Suisse, em seu Informe
sobre a Riqueza Global, 1% da população mundial
(ou seja, os habitantes que têm bens patrimoniais
avaliados em cerca de 760,000 dólares), possuem
tanto dinheiro quanto os demais 99% do planeta.
Essa diferença enorme só faz aumentar desde 2008,
a ponto de a Credit Suisse concluir que, se a crise
for interrompida, os ricos sairão dela mais ricos,
‘tanto em termos absolutos como relativos, e os
pobres, relativamente mais pobres’”.
OLIVEIRA, L. F. de e COSTA, R. C. R. Sociologia para
Jovens do Século XXI. 4ª ed. Rio de Janeiro: Imperial
Novo Milênio, 2016. Adaptado.
Partindo desse entendimento de Oliveira e Costa, no
que diz respeito às crises econômicas globalizadas
dos últimos anos, é correto dizer que
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa B
Tema central: crises econômicas globais, desigualdade e como o debate público desloca o foco da ideia de globalização para os efeitos da crise (desemprego, queda da produção, concentração de riqueza). Conhecimentos necessários: conceitos de globalização, concentração de renda e impactos das crises econômicas recentes (crise de 2008 em diante).
Resumo teórico: Globalização refere-se à intensificação das trocas econômicas, culturais e informacionais entre países. Crises financeiras globais (ex.: 2008) têm efeitos assimétricos: agravam a desigualdade e podem concentrar riqueza em fatias minoritárias (relatórios como o Global Wealth Report do Credit Suisse documentam essa tendência). Autores como Oliveira & Costa discutem como, após 2008, o debate público passou a centrar-se na crise e suas consequências sociais.
Por que a alternativa B é correta: A alternativa identifica com precisão o deslocamento do debate indicado no texto: desde 2008 “só se fala” na crise e seus efeitos, e a globalização deixou de ser tema recorrente nos noticiários. Isso está alinhado com a análise de Oliveira & Costa e com evidências de relatórios internacionais (Credit Suisse) sobre aumento da desigualdade pós-crise.
Análise das alternativas incorretas:
- A — Incorreta: associa a internet a uma economia centralizada e em crises constantes. O texto não afirma centralização causada pela rede; além disso, a globalização envolve descentralização produtiva e interdependência, não simples centralização telemática.
- C — Incorreta: afirma que a globalização atual é marcada pela industrialização dos países pobres e aumento de empregos. Na prática, muitos países da periferia enfrentam desindustrialização, precarização e empregos informais; o texto aponta desemprego e queda da produção.
- D — Incorreta: contradiz a evidência apresentada (Credit Suisse) de que a crise aumenta a concentração de riqueza e aprofunda a pobreza relativa, não reduz nenhum dos dois.
Estratégia de resolução: procure palavras-chave do enunciado (ex.: “desde 2008”, “somente se fala”, “Credit Suisse”, “ricos sairão mais ricos”) e compare com o sentido das alternativas — descarte respostas que invertem relações causais ou introduzem afirmações não mencionadas.
Referências indicadas: Oliveira & Costa (2016), Global Wealth Report (Credit Suisse).
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