Leia a notícia em 11.02.2014 para responder à  questão.

As chuvas torrenciais que costumam causar tormentas nesta época do ano em diversas cidades brasileiras desapareceram neste verão. O lugar delas foi tomado por uma seca considerada atípica e por muito calor. Este é, sem dúvida, um verão de recordes. São Paulo registra há mais de 48 dias seguidos temperaturas máximas acima dos 30 oC, mais do que as médias históricas dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro registradas nos verões dos últimos 20 anos.

(http://brasil.elpais.com. Adaptado.)

A dinâmica de circulação atmosférica tem importante papel na definição dos regimes climáticos predominantes em cada região brasileira. Dentre as razões que explicam a excepcional estiagem e as elevadas temperaturas que assolaram a região Centro-Sul do Brasil em janeiro e fevereiro de 2014 estão

Resposta correta: B

Tema central: circulação atmosférica e mecanismos que originam secas e ondas de calor no Centro‑Sul do Brasil. É fundamental distinguir entre sistemas de alta pressão (antíclones) — associados à subsidência e tempo seco — e sistemas de baixa pressão / zonas de convergência — associados à instabilidade e chuva.

Resumo teórico (essencial): - Zona de alta pressão: provoca subsidência (ar afundando), aquecimento adiabático e diminuição da umidade relativa. Resulta em céu claro, pouca convecção e noites quentes. (Ver explicações em CPTEC/INPE; Ahrens, Meteorology Today). - Massa de ar quente e seca: ar continental e subsidente que impede formação de nuvens convectivas; amplifica temperaturas máximas. Esses dois fatores combinados explicam episódios prolongados de seca e calor intenso.

Por que a alternativa B está correta: apresenta precisamente os dois agentes físicos esperados em verões secos e quentes: a presença de uma zona de alta pressão (bloqueio/antíciclone) que gera subsidência e o predomínio de massa de ar quente e seca, responsáveis pela inibição das chuvas e pela elevação das temperaturas.

Análise das alternativas incorretas: A — La Niña: o ENSO influencia padrões climáticos, mas não é o mecanismo direto de subsidência e bloqueio; seus efeitos regionais variam e não explicam sozinho a persistência de um bloqueio anticlônico local. C — zona de baixa pressão: baixa pressão e passagem de frentes tendem a favorecer instabilidade e chuva, o oposto da seca prolongada. D — Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS): ZCAS é associada a bandas de convergência que aumentam a chuva no Centro‑Sul, não a estiagem. E — Zona de Convergência Intertropical (ZCIT/ITCZ): atua em latitudes equatoriais; além disso, a afirmação mistura termos contraditórios (convergência equatorial vs. “evento extremo de subsidência”), incompatíveis com seca no Centro‑Sul.

Estrategia de resolução (dicas para concurso): busque palavras‑chave: “seca”, “altas temperaturas”, “persistente” → pense em bloqueios/anticlones e massas secas. Desconfie de alternativas que mencionam convergência, baixa pressão ou sistemas equatoriais quando o enunciado descreve estiagem e calor.

Fontes consultadas: CPTEC/INPE (manuais e notas técnicas sobre bloqueios subtropicais); Ahrens, C. D., Meteorology Today; Wallace & Hobbs, Atmospheric Science.

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