Leia o texto.
A entrevista com a jornalista Joyce Ribeiro, apresentadora
do Jornal da Cultura, trouxe mais uma vez ao blog
um tipo bem conhecido de leitor. É aquele que não suporta
determinadas discussões e berra: “Chega de mimimi!”
O termo, popularizado inicialmente no desenho animado
adulto Fudêncio e seus Amigos, exibido pela MTV entre 2005
e 2011, se popularizou na internet de uma forma deturpada.
Não é mais um protesto contra quem reclama em excesso,
mas uma forma de impedir debates de temas polêmicos.
O racismo, por exemplo.
A entrevista com Joyce tratou deste tema, por motivos
óbvios. A apresentadora milita contra o racismo e luta por
mais oportunidades para negros em todas as áreas. Ela não
reclamou de nada durante a conversa comigo. Apenas lembrou
que há enorme desigualdade no país.
“Mimimi”, apontaram vários leitores. “Mais uma vez o
mimimi que o negro é discriminado”, protestou outro. “Chega
de mimimi. Já cansou”, disse mais de um.
Não há nada parecido com lamúria, choro ou ladainha na
entrevista de Joyce Ribeiro. Lendo estes comentários, fica
claro que eles expressam muito mais uma vontade de não
querer conversar ou debater do que, de fato, um incômodo
com a reclamação.
(https://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)
De acordo com o texto, nas redes sociais, o emprego do termo
“mimimi” é uma estratégia discursiva empregada para
Leia o texto.
A entrevista com a jornalista Joyce Ribeiro, apresentadora do Jornal da Cultura, trouxe mais uma vez ao blog um tipo bem conhecido de leitor. É aquele que não suporta determinadas discussões e berra: “Chega de mimimi!” O termo, popularizado inicialmente no desenho animado adulto Fudêncio e seus Amigos, exibido pela MTV entre 2005 e 2011, se popularizou na internet de uma forma deturpada. Não é mais um protesto contra quem reclama em excesso, mas uma forma de impedir debates de temas polêmicos. O racismo, por exemplo.
A entrevista com Joyce tratou deste tema, por motivos óbvios. A apresentadora milita contra o racismo e luta por mais oportunidades para negros em todas as áreas. Ela não reclamou de nada durante a conversa comigo. Apenas lembrou que há enorme desigualdade no país.
“Mimimi”, apontaram vários leitores. “Mais uma vez o mimimi que o negro é discriminado”, protestou outro. “Chega de mimimi. Já cansou”, disse mais de um.
Não há nada parecido com lamúria, choro ou ladainha na entrevista de Joyce Ribeiro. Lendo estes comentários, fica claro que eles expressam muito mais uma vontade de não querer conversar ou debater do que, de fato, um incômodo com a reclamação.
(https://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)
De acordo com o texto, nas redes sociais, o emprego do termo
“mimimi” é uma estratégia discursiva empregada para
Gabarito comentado
Comentário – Interpretação de Texto | Vestibular
Tema central: Interpretação de Texto, com foco em semântica e pragmática: entender o sentido e a intenção do termo “mimimi” no contexto das redes sociais, conforme apresentado no texto.
Alternativa Correta: A – Dificultar que questões polêmicas sejam postas em discussão, retirando-se, assim, o direito à voz de quem pretende expressar-se.
Justificativa:
O texto destaca que “mimimi” passou a ser uma forma de interromper ou desqualificar debates sobre temas polêmicos, como o racismo. O autor diz explicitamente que os comentários com “mimimi” expressam “mais uma vontade de não querer conversar ou debater do que, de fato, um incômodo com a reclamação”, deixando claro que o uso do termo serve para calar discussões e retirar o direito de fala de quem quer debater.
Conceitos envolvidos:
De acordo com a norma-padrão e autores como Celso Cunha & Lindley Cintra, a interpretação textual exige captar as intenções comunicativas, inclusive as estratégias para silenciar temas sensíveis. “Mimimi”, nessa acepção, não é apenas ironia, mas uma ferramenta pragmática de censura discursiva.
Análise das alternativas incorretas:
B) Fala em “recuperar espaço” para debate, o que contradiz o texto, pois o termo é usado para evitar discussões relevantes, não promovê-las.
C) Reduz a função de “mimimi” à ironia sobre “choros e lamúrias pessoais”, limitando o sentido e ignorando a função de calar debates coletivos polêmicos. O texto aprofundou o sentido para além do simples deboche.
D) Sugere controle do que é dito visando evitar reclamação em excesso. Porém, o cerne do texto é o impedimento de debates importantes, não o controle de reclamações alheias.
E) Menciona que o uso de “mimimi” permitiria debates mais democráticos, o que é o oposto do defendido no texto – segundo o autor, tal termo cerceia o direito de expressão e limita a democracia do debate.
Estratégias de prova: Atenção a termos como “silenciar”, “impedir debate” e ao contexto das frases, pois a banca frequentemente cria alternativas que trocam o papel real do termo analisado ou amenizam sua função negativa, buscando induzir ao erro.
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