O texto foi publicado na revista na seção “Ao leitor”, espaço
em que o editor se dirige aos seus leitores e justifica aspectos
temáticos relevantes da publicação. Especialmente contendo
tema de interesse do público feminino, o texto procura mostrar
que a edição
Leia o texto para responder a questão.
Ao leitor: A gravidez como ela é
Li há alguns meses uma crônica em que a escritora, grávida, desabafava: “estar grávida é estranho”. Dizia que não conseguia soltar fogos de artifício, que o corpo dela estava esquisito, que sentia cansaço e angústia. E que se achava uma E.T. por sentir tudo isso – afinal, grávidas devem ser felizes e gratas. Eu, também grávida de minha segunda filha, me identifiquei prontamente. Estar grávida é estranho mesmo. Por nove meses, nosso corpo se transforma completamente para formar um outro ser. Pode ser lindo, mas também é dolorido. Pode ser mágico, mas também é angustiante. E, junto com as transformações físicas, vem uma avalanche de dúvidas, de regras, de medos. Estar grávida não é fácil. Mais difícil ainda é passar por isso sem informação. Sem saber no que acreditar, que regras seguir, o porquê de estar sentindo tudo aquilo. Como gestante, sentia falta de publicações que questionassem, que polemizassem, que tivessem coragem de tocar em alguns pontos que, por vezes, tirassem da gravidez o revestimento de encanto e, da grávida, a aura imaculada. Mergulhando nesse universo, vimos que o tema é ainda mais complexo do que podíamos imaginar. Neste especial, você não encontrará lista de enxoval, sintomas de trabalho de parto nem dicas para fazer o bebê dormir. Mas vai ter informações preciosas sobre esse período de revolução na sua vida – o antes, o durante e o depois da gravidez. Para entender o que está de fato acontecendo e ter as ferramentas para tomar as decisões que fazem sentido para você. A gravidez pode continuar sendo uma coisa estranha, mas não será mais tão desconhecida. Para mim, foi transformador. Espero que seja para você também.Boa leitura,Marina Bessaeditora
(Superinteressante, edição especial, março de 2018. Adaptado)
Leia o texto para responder a questão.
Ao leitor: A gravidez como ela é
Gabarito comentado
Tema central da questão: Interpretação de texto e coerência textual.
A questão exige do candidato a habilidade de identificar a intenção comunicativa da autora ao elaborar o editorial: qual o enfoque da edição em relação ao tema da gravidez e de que modo a publicação se afasta de um discurso idealizado, oferecendo uma abordagem informativa e realista.
Justificativa da alternativa correta (B):
A alternativa B está correta porque traduz precisamente a proposta do texto: oferecer informações sobre a gravidez sob um viés informativo e menos idealizado. Note o trecho: “...sentia falta de publicações que questionassem, que polemizassem, que tivessem coragem de tocar em alguns pontos (...). Neste especial, você não encontrará lista de enxoval, sintomas de trabalho de parto nem dicas para fazer o bebê dormir. Mas vai ter informações preciosas sobre esse período de revolução na sua vida...”. Ou seja, o foco é desmistificar ideias e entregar conhecimento concreto, alinhando-se ao conceito de coerência textual (KOCH, Ingedore G. V.).
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta. Afirma que há ênfase nos sintomas do parto e nos cuidados com o bebê, contradizendo o texto, que diz explicitamente não tratar desses aspectos práticos.
C) Errada. Não há análise a partir de duas mães nem objetivo de influenciar decisões sobre ter filhos, mas sim apresentar informações sem idealizações.
D) Incorreta. Dizer que pretende ser um “manual prático” é equivocado, pois a própria editora exclui listas e dicas práticas do escopo da edição especial.
E) Errada. O texto justamente critica a visão de gravidez unicamente como algo feliz e encantador; ele busca superar o idealismo.
Estratégias para concursos: Atente-se a termos que limitam ou ampliam o sentido do texto (ex.: “não encontrará”, “mas vai ter informações”), pois eles são chaves para eliminar alternativas inconsistentes.
Procure identificar o foco do texto e o que ele nega ou reforça explicitamente.
Referências recomendadas: KOCH, Ingedore G. V. – A coerência textual; ROCHA LIMA, Gramática normativa.
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