Reflita sobre os enunciados transcritos e o que
se diz sobre eles.
I. “estava eu de supor que contemplava na
mendiga semitrôpega a figura central duma
tragédia real e dum romance destinado a certa
celebridade literária” (linhas 18-22). A
construção sintática “estava eu de supor” não
é comum no português brasileiro
contemporâneo. Atualmente, evitaríamos esse
torneio sintático e o reduziríamos: (Eu) estava
supondo ou (Eu) supunha.
II. “O que até recentemente se não sabia sobre
este livro notável é que não passa de uma
história romanceada com a maior fidelidade
possível aos elementos humanos, sociais e
paisagísticos da realidade.” (linhas 26-30) A
posição do pronome oblíquo átono em “até
recentemente se não sabia sobre este livro
notável” recebe o nome de apossínclise e está
em desuso no português brasileiro
contemporâneo. Nesse caso, se usaria a
próclise: até recentemente não se sabia sobre
este livro notável.
III. “Sua figura acurvada e encanecida me
impressionava” (linhas16-17); “sem bulha nem
matinada, dela se afastou” (linhas 41-42).
Nesses casos, o enunciador emprega a
próclise. No português do Brasil, atualmente,
há preferência pela ênclise, assim sendo, hoje,
esses enunciados teriam a seguinte estrutura:
Sua figura acurvada e encanecida
impressionava-me; sem bulha nem matinada,
dela afastou-se.
Está correto o que se diz em
Reflita sobre os enunciados transcritos e o que se diz sobre eles.
I. “estava eu de supor que contemplava na mendiga semitrôpega a figura central duma tragédia real e dum romance destinado a certa celebridade literária” (linhas 18-22). A construção sintática “estava eu de supor” não é comum no português brasileiro contemporâneo. Atualmente, evitaríamos esse torneio sintático e o reduziríamos: (Eu) estava supondo ou (Eu) supunha.
II. “O que até recentemente se não sabia sobre este livro notável é que não passa de uma história romanceada com a maior fidelidade possível aos elementos humanos, sociais e paisagísticos da realidade.” (linhas 26-30) A posição do pronome oblíquo átono em “até recentemente se não sabia sobre este livro notável” recebe o nome de apossínclise e está em desuso no português brasileiro contemporâneo. Nesse caso, se usaria a próclise: até recentemente não se sabia sobre este livro notável.
III. “Sua figura acurvada e encanecida me impressionava” (linhas16-17); “sem bulha nem matinada, dela se afastou” (linhas 41-42). Nesses casos, o enunciador emprega a próclise. No português do Brasil, atualmente, há preferência pela ênclise, assim sendo, hoje, esses enunciados teriam a seguinte estrutura: Sua figura acurvada e encanecida impressionava-me; sem bulha nem matinada, dela afastou-se.
Está correto o que se diz em
Texto 1
O texto 1 desta prova é da autoria do intelectual
cearense Gustavo Barroso, que nasceu em
Fortaleza, no ano de 1888 e morreu no Rio de
Janeiro, em 1959. Professor, jornalista, ensaísta,
romancista, foi membro da Academia Brasileira de
Letras. A obra À margem da história do Ceará, em
dois volumes, foi seu último trabalho. É uma reunião
de setenta e seis artigos e crônicas que falam
exclusivamente sobre a história do Ceará entre 1608
e 1959. O texto transcrito abaixo foi extraído do
segundo volume e, como vocês poderão ver, é um
artigo sobre a obra do também cearense Manuel de
Oliveira Paiva, Dona Guidinha do Poço. Servindo-se
de uma pesquisa feita pelo historiador Ismael
Pordeus, Gustavo Barroso fala do romance de
Oliveira Paiva, mais especificamente, das relações
entre essa obra literária e a verdade histórica que
ela transfigura.
Gustavo Barroso. À margem da história do
Ceará. v. 2, 3 ed. p. 347-350. Texto adaptado.
Texto 1
O texto 1 desta prova é da autoria do intelectual cearense Gustavo Barroso, que nasceu em Fortaleza, no ano de 1888 e morreu no Rio de Janeiro, em 1959. Professor, jornalista, ensaísta, romancista, foi membro da Academia Brasileira de Letras. A obra À margem da história do Ceará, em dois volumes, foi seu último trabalho. É uma reunião de setenta e seis artigos e crônicas que falam exclusivamente sobre a história do Ceará entre 1608 e 1959. O texto transcrito abaixo foi extraído do segundo volume e, como vocês poderão ver, é um artigo sobre a obra do também cearense Manuel de Oliveira Paiva, Dona Guidinha do Poço. Servindo-se de uma pesquisa feita pelo historiador Ismael Pordeus, Gustavo Barroso fala do romance de Oliveira Paiva, mais especificamente, das relações entre essa obra literária e a verdade histórica que ela transfigura.
Gustavo Barroso. À margem da história do
Ceará. v. 2, 3 ed. p. 347-350. Texto adaptado.