Na sociedade capitalista, as riquezas da nação
são usadas por todos os trabalhadores.
Leia com atenção a seguinte estrofe da canção
Cidadão, de Lúcio Barbosa.
“Tá vendo aquele edifício, moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
‘Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar’
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer”
Com base nesses versos, assinale o que for
correto, em relação às características da
sociedade capitalista.
“Tá vendo aquele edifício, moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
‘Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar’
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer”
Com base nesses versos, assinale o que for correto, em relação às características da sociedade capitalista.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — Errado
Tema central: trata-se da distribuição de riqueza na sociedade capitalista — quem controla os meios de produção e como se dá a apropriação do resultado do trabalho. A estrofe da canção ilustra um trabalhador que ajudou a erguer um prédio, mas não consegue usufruir nem ser reconhecido por isso: sinal evidente de desigualdade.
Resumo teórico: no capitalismo, os meios de produção (fábricas, máquinas, imóveis produtivos) são, em geral, propriedade privada. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho em troca de salários; o excedente produzido (mais‑valia) é apropriado pelo detentor do capital. Assim, as riquezas da nação não são automaticamente "usadas por todos os trabalhadores" — há circulação desigual da riqueza e concentração de renda. (Ver: Karl Marx, O Capital; Thomas Piketty, O Capital no Século XXI.)
Por que a afirmativa é errada: a frase supõe universalidade no uso da riqueza por trabalhadores. Na prática capitalista, a apropriação privada do produto do trabalho e a lógica de acumulação provocam que parte significativa da riqueza beneficie proprietários do capital e não seja distribuída entre todos os trabalhadores. O exemplo da canção — o pedreiro que não pode sequer olhar a obra que ajudou a construir — é ilustração crítica dessa realidade.
Dica de interpretação para concursos: atente para palavras absolutas como "todos", "sempre", "toda" — elas costumam indicar afirmações generalizantes e, em temas sobre economia/política social, frequentemente sinalizam incorreção. Relacione enunciado + conceito chave (propriedade privada; mais‑valia; desigualdade) antes de marcar.
Fontes recomendadas: Karl Marx — O Capital; Thomas Piketty — O Capital no Século XXI; dados e análises sobre desigualdade: IBGE / PNAD.
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