Muitas pessoas têm questionado sobre a possibilidade
de sua ocorrência, tendo em vista algumas condições desfavoráveis. As águas do oceano Atlântico próximo ao Brasil são
quentes, porém os ventos na altura do topo das nuvens são
muito fortes para que ocorra o desenvolvimento dos centros
de baixa pressão atmosférica. Também é necessário haver
convergência de ventos em grande escala e capacidade da
atmosfera de gerar vórtices, motores da formação das perturbações tropicais.
(Ercília T. Steinke. Climatologia fácil, 2012. Adaptado.)
O fenômeno climático a que o excerto se refere é
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — furacão.
Tema central: formação de ciclones tropicais (furacões/taifuns/huracões). É necessário entender requisitos básicos: águas quentes, convergência de ventos, baixo cisalhamento vertical e força de Coriolis para gerar circulação em espiral.
Resumo teórico (essencial): ciclones tropicais são sistemas de baixa pressão com convecção profunda sustentada por calor latente liberado pela condensação. Requisitos clássicos: SST ≥ ~26,5°C; cerca de 5°–20° de latitude (para Coriolis suficiente); atmosfera instável; umidade na troposfera baixa/média; e cisalhamento vertical fraco. Ventos fortes em níveis altos (alto cisalhamento) impedem a organização das correntes ascendentes, inibindo a formação do centro ciclônico. (Fontes: WMO; Emanuel, 2003; IPCC).
Justificativa da alternativa A: o enunciado cita águas quentes, ventos fortes no topo das nuvens que atrapalham o desenvolvimento dos centros de baixa pressão, e a necessidade de convergência de ventos e capacidade da atmosfera de gerar vórtices. Esses elementos descrevem exatamente as condições para a formação de um furacão (ciclone tropical), cuja circulação ascendente organizada é moldada pelo efeito de Coriolis — logo, A é correta.
Análise das alternativas incorretas:
B — La Niña: fenômeno de escala oceânica/atmosférica (ENSO) ligado à anomalia nas correntes e ressurgência no Pacífico, não a formação local de centros de baixa pressão tropicais no Atlântico.
C — Maritimidade: termo impreciso aqui; brisas oceânicas e "inversões de centros de pressão" não correspondem ao conjunto de fatores (vórtices, convergência, Coriolis) descritos.
D — Tornado: evento convectivo de escala muito menor, associado a tempestades severas e forte cisalhamento; não depende de grandes extensões de águas quentes nem de convergência em larga escala como ciclones tropicais. A menção a "força centrífuga" é enganosa.
E — Nebulosidade: conceito genérico (nuvens) — não explica vórtices, centros de baixa pressão nem convergência em grande escala.
Dica de prova: foque nas palavras-chave: "águas quentes", "convergência em grande escala", "vórtices" e "ventos no topo das nuvens muito fortes" → pense em ciclone tropical e em por que o cisalhamento vertical impede sua formação.
Fontes rápidas: WMO Tropical Cyclone Programme; Emanuel, K. (2003) "Tropical Cyclones"; IPCC AR5 (cap. sobre extremos).
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