Leia o excerto abaixo:
A temperatura das águas do mar é responsável [...] pela variação do volume da evaporação, que é duas vezes mais intensa sobre os oceanos do
que sobre os continentes. Esse excedente é, em parte, transportado pelas
correntes aéreas em direção a áreas continentais [...] O sentido da circulação oceânica [...] transfere grandes massas de água para latitudes muito
diferentes de sua origem. [...] Os oceanos constituem áreas que oferecem
boas condições para a formação de massas de ar. As principais são a Tropical marítima (Tm), a Equatorial marítima (Em) e a Polar marítima (Pm). [...]
A anomalia térmica denominada El Niño, que ocorre no oceano Pacifico
tropical a intervalos irregulares e afeta o comportamento climático de
grande parte do planeta, é também um fenômeno oceânico.
(ROSS, Jurandyr L. S. (org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. Página: 97.0)
O El Niño - fenômeno oceânico - quando ocorre, provoca alterações climáticas diversas ao longo de todo o território brasileiro. Na região sul,
por exemplo, causa aumento das precipitações, devido ao encontro de
sua massa de ar com a:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — M.P.A. (Massa Polar Atlântica)
Tema central: interação entre massas de ar e os efeitos do El Niño no clima brasileiro. É preciso reconhecer tipos de massa (marítima vs continental; polar vs tropical/equatorial) e saber que chuva intensa surge quando massas quentes e úmidas encontram massas frias e instáveis.
Resumo teórico: El Niño aquece o Pacífico tropical, aumenta a evaporação e altera a circulação atmosférica, gerando maior disponibilidade de ar marítimo úmido em latitudes médias. No Sul do Brasil, a chuva excessiva em anos de El Niño costuma ocorrer quando esse ar quente/úmido convive ou encontra frentes frias associadas à Massa Polar Atlântica (MPA), que traz ar mais frio e, por ser marítima, também apresenta umidade suficiente para provocar precipitação intensa (frontal ou convectiva). Fonte: Ross (2008); CPTEC/INPE e INMET explicam a influência de El Niño nas frentes e ciclogênese extratropical.
Por que a alternativa E é correta: A sigla M.P.A. identifica a massa polar de origem marítima sobre o Atlântico Sul. É essa massa polar marítima que, ao deslocar-se em direção ao continente, encontra o ar tropical/ marítimo reforçado por El Niño e gera instabilidade e chuvas no Sul.
Análise das incorretas:
A — M.E.C. (Massa Equatorial Continental): equatorial continental atua na Amazônia, é quente e relativamente seca em fluxo continental — não é responsável pelo encontro que provoca as chuvas no Sul.
B — M.E.A. (Massa Equatorial Atlântica): embora haja ar equatorial marítimo no Atlântico, a sigla e o contexto não são a massa que, por si só, provoca o aumento de chuva no Sul durante El Niño; o efeito ocorre pelo encontro com uma massa polar marítima.
C — M.P.C. (Massa Polar Continental): polar continental é fria e seca (provém do interior antártico); por ser seca, tende a reduzir a umidade e não gera as precipitações intensas característicos do Sul em anos de El Niño.
D — M.T.E. (Massa Tropical Equatorial): confunde termos; massas tropicais e equatoriais são quentes e úmidas, mas o aumento de chuva no Sul resulta do contraste entre esse ar quente e a Massa Polar Atlântica, não de uma massa tropical isolada.
Dica de interpretação: procure palavras-chave: “aumento de precipitações” implica encontro de ar úmido com ar frio; “Atlântica” = marítima (úmida); “Polar” = frio. Combinar esses sinais ajuda a eliminar alternativas.
Fontes: Ross, J.L.S. (org.) Geografia do Brasil, Edusp (2008); CPTEC/INPE; INMET.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






