Questão 76c9bbed-ad
Prova:FGV 2015
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos

A leitura do poema permite concluir que o verão carioca

                               Verão carioca 73

O carro do sol passeia rodas de incêndio
sobre os corpos e as mentes, fulminando-os.
Restam, sob o massacre, esquírolas1 de consciência,
a implorar, sem esperança, um caneco de sombra.

As árvores decotadas, alamedas sem árvores.
O ar é neutro, fixo, e recusa passagem
às viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinas
ressoa no interior da célula ferida.

Sobe do negro chão meloso espedaçado
o súlfur2 dos avernos3 em pescoções de fogo.
A vida, esse lagarto invisível na loca4 ,
ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?

O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,
mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,
em mil formas de esforço e pobreza e rotina,
milhões curtem a maldição do esplêndido verão.

(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)

1esquírolas: lascas, pedacinhos
2súlfur: enxofre
3avernos: infernos
4loca: gruta pequena, local sob algo

A
assume um caráter paradoxal para muitos cidadãos, que não conseguem usufruir plenamente o que ele tem de bom.
B
irrompe como um massacre aos cidadãos que se sentem extenuados e se recusam a trabalhar na cidade sob o sol clemente.
C
produz um tal cenário de desolação e de miséria que não há nele o que possa encantar os cidadãos sem esperança.
D
promove uma situação ímpar na vida dos cidadãos, pois é, ironicamente, uma maldição que não tem como ser suplantada.
E
consiste na verdadeira alegria dos cidadãos, que acabam com mais energias por conta das grandes ondas de calor que vivenciam.

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