Questão 7377f9a8-67
Prova:UEG 2007
Disciplina:Geografia
Assunto:Industrialização, Urbanização, Indústria brasileira, Urbanização brasileira

O intenso processo de urbanização no Brasil está relacionado à industrialização e ao êxodo rural-urbano desencadeado a partir de 1950, causando reflexos diretos e indiretos no espaço urbano. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são exemplos marcantes dessa intensa urbanização, apresentando graves problemas sociais, como surgimento de favelas e bairros clandestinos, falta de saneamento básico, aumento do desemprego e do emprego informal, crescimento da violência etc. Em relação à temática, é CORRETO afirmar:

A
As migrações campo-cidade no Brasil vêm desempenhando espontaneamente, sem interferência compulsória ou mesmo planificadora do Estado, funções de extraordinária importância, como, por exemplo, o crescimento da população rural e a favelização.
B
Uma característica marcante no processo de urbanização é o crescimento das atividades primárias e secundárias, especialmente aquelas ligadas à economia informal.
C
A partir de 1990, observa-se uma nova tendência dos fluxos migratórios no Brasil, por causa, entre outros fatores, da redução nos postos de trabalho, do aumento da informalidade e do redirecionamento dos investimentos para as metrópoles.
D
O processo de urbanização no Brasil apresenta um padrão periférico, com formação de amplas manchas urbanas e concentração da população de baixa renda em áreas periféricas.

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: urbanização relacionada à industrialização e êxodo rural. É preciso compreender como o crescimento industrial desde meados do século XX atraíu população rural às cidades, gerando expansão urbana desordenada, segregação socioespacial e formação de favelas/periferias.

Resumo teórico: A industrialização concentrada (metrópoles como SP, RJ, BH) promoveu migração campo–cidade, gerando rápido crescimento urbano. Quando o crescimento populacional supera a capacidade de planejamento e oferta de serviços, surge a periferialização: amplas manchas urbanas, habitação popular precária, déficit de saneamento e economia informal. Fontes: IBGE (Censos, PNAD), IPEA (relatórios sobre urbanização e pobreza).

Justificativa da alternativa D: A alternativa descreve com precisão o padrão observável no Brasil: formação de manchas urbanas extensas e concentração da população de baixa renda nas periferias, característica da urbanização periférica e segregada. Esse padrão é consenso na literatura de geografia urbana e em estudos do IBGE/IPEA.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Afirma que as migrações ocorreram "espontaneamente, sem interferência do Estado". Na prática, houve forte intervenção estatal (políticas industriais, incentivos fiscais, obras de infraestrutura, construção de rodovias, planos de habitação) que moldaram fluxos e assentamentos.

B — Incorreta. Diz que a urbanização se caracteriza pelo crescimento das atividades primárias e secundárias; na verdade, urbanização implica expansão das atividades terciárias e do setor informal. Atividades primárias não crescem nas cidades e secundárias (indústria) perderam peso relativo desde a abertura econômica, enquanto serviços e informalidade aumentaram.

C — Incorreta. A partir de 1990 houve mudanças (desindustrialização relativa, aumento da informalidade), mas a alternativa mistura causas e efeitos de forma imprecisa: o redirecionamento de investimentos para metrópoles já era histórico e não explica uma "nova tendência" única nos fluxos migratórios — houve também retorno relativo a pequenas cidades e movimentos pendulares; afirmar isso de maneira tão absoluta é equivocada.

Estratégia de prova: Procure palavras-chave (ex.: "periférico", "concentração de baixa renda") que remetam a conceitos consagrados. Desconfie de alternativas absolutas ("sempre", "sem interferência") e de generalizações sobre setores econômicos mal enquadradas (primário vs terciário).

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