O jogo pode reforçar desigualdades sociais, dependendo da forma como é trabalhado, uma vez que delimita papéis e constrói hierarquias.

Resposta: C - Certo

Tema central: a questão trata da dimensão sociocultural do jogo: como regras, papéis e estruturas podem reproduzir ou acentuar desigualdades sociais. Esse conhecimento é essencial para quem atua em Educação Física e recreação, porque orienta a prática pedagógica para a inclusão.

Resumo teórico: autores como Vygotsky e Huizinga mostram que o jogo é espaço de aprendizagem social — nele se ensaiam papéis, normas e relações de poder. Quando projetos lúdicos não consideram diferenças (habilidade, gênero, classe, etnia), as regras e a divisão de papéis podem naturalizar privilégios e gerar exclusão. Por outro lado, o jogo também é ferramenta para promover igualdade quando mediado intencionalmente.

Por que a alternativa C é correta: a afirmação reconhece que o jogo não é neutro socialmente. Regras que privilegiam desempenho físico extremo, papéis fixos de liderança ou jogos competitivos sem mecanismos de balizamento tendem a reforçar hierarquias existentes. Exemplo prático: em brincadeiras competitivas onde “os melhores” sempre lideram, crianças menos habilidosas ficam excluídas, reproduzindo status social dentro do grupo.

Implicações pedagógicas (como evitar reforçar desigualdades): adaptar regras, rotacionar papéis, priorizar jogos cooperativos, avaliar participação e não só resultado, e promover reflexão crítica com os alunos sobre quem se beneficia das regras. Essas estratégias convergem com orientações de organismos como a UNESCO sobre educação física inclusiva.

Dica de interpretação de enunciados: em itens de Certo/Errado look for palavras que indiquem neutralidade absoluta. Afirmações que reconhecem condicionamentos sociais (como esta) tendem a estar corretas; desconfie de itens que tratem o jogo como processo completamente neutro.

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