Questão 710a9da1-5a
Prova:UFG 2009
Disciplina:Geografia
Assunto:Agropecuária, Questão Fundiária

A luta pela terra no Brasil reflete o processo histórico de sua apropriação, ocupação e uso, desde a colonização até os dias atuais. Ao longo do tempo, verificaram-se vários conflitos pela posse da terra. Na segunda metade da década de 1980, houve aumento da violência no campo nas regiões brasileiras, decorrente

A
da organização dos movimentos sociais em defesa da pequena propriedade e dos interesses dos migrantes.
B
da expansão dos latifúndios e do aumento da luta pela posse da terra por parte dos camponeses.
C
do apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aos movimentos sociais de luta pela posse da terra.
D
da modernização da agricultura nas regiões Norte e Nordeste, o que provocou o aumento da luta pela posse da terra.
E
da elaboração de legislações federais contrárias às ocupações de terras pelos movimentos sociais.

Gabarito comentado

J
Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa B

Tema central: concentração fundiária e conflitos agrários. A questão exige relacionar o aumento da violência no campo, na 2ª metade dos anos 1980, às causas estruturais da apropriação da terra no Brasil — especialmente a expansão dos latifúndios e a reação dos camponeses.

Resumo teórico: Desde a colonização o Brasil apresenta alta concentração de terras (latifúndios). Nas décadas finais do século XX, a expansão de fronteiras agropecuárias (pecuária extensiva, soja, grandes projetos) e a lógica de acumulação por expansão geraram despejos, grilagem e tensões. A organização camponesa (ex.: MST, surgido em 1984) passou a disputar posse (ocupações e reinvindicações), provocando confrontos com grandes proprietários e forças policiais/paramilitares. Fontes úteis: Relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e estudos de Geografia Rural e Sociologia agrária (ex.: MST e reforma agrária, IBGE — estatísticas agrárias).

Por que a alternativa B está correta: A alternativa aponta a expansão dos latifúndios e o consequente aumento da luta pela terra pelos camponeses — explicação direta e estrutural para a violência rural da época. O processo de concentração e expansão produtiva, aliado à ausência de política efetiva de reforma agrária, gerou conflitos intensos, registrados pela CPT na década de 1980.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: a organização dos movimentos sociais (como o MST) foi resposta aos conflitos e à desigualdade, não a causa primária do aumento da violência. Confundir ação reativa com causa estrutural é uma armadilha comum.

C — Incorreta: a CPT documentou e apoiou camponeses, mas seu apoio não explica o aumento da violência; ao contrário, a CPT denuncia os conflitos. A organização religiosa não foi fator gerador estrutural.

D — Incorreta: a "modernização" agrícola não ocorreu de forma homogênea no Norte e Nordeste e, quando presente, costuma implicar maior capitalização e expulsão de mão de obra — componente da disputa, mas a alternativa generaliza e coloca a modernização como causa direta única, o que é impreciso.

E — Incorreta: não houve elaboração de legislação federal específica que tenha sido fator principal do aumento da violência; o problema central era a concentração fundiária e a ausência ou ineficácia da reforma agrária.

Dica de prova: busque causas estruturais (concentração de terra, políticas agrárias, interesses econômicos) e desconfie de alternativas que culpem apenas apoiadores/organizações ou mudanças superficiais.

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