Atuais estudos na área da recepção, a exemplo de Jauss (1994) e Soares (2010), apresentam similaridades com a proposta de Teatro-fórum, de Augusto Boal, especialmente no sentido de rever a ideia de um receptor passivo de uma obra acabada. A compreensão de leitura da obra de arte, no presente texto, é amparada por Pareyson (1997), ao conferir um lugar produtivo à leitura da obra de arte e não meramente receptivo. Assim, o sentido dado à obra artística dependerá da realidade sensível do espectador, do seu repertório de experiências sociais e estéticas, e não somente dos elementos técnicos produzidos, a priori, pelo artista.
Esse pressuposto afina-se à ideia de Boal de compreensão do espect-ator como sujeito ativo capaz de
Atuais estudos na área da recepção, a exemplo de Jauss (1994) e Soares (2010), apresentam similaridades com a proposta de Teatro-fórum, de Augusto Boal, especialmente no sentido de rever a ideia de um receptor passivo de uma obra acabada. A compreensão de leitura da obra de arte, no presente texto, é amparada por Pareyson (1997), ao conferir um lugar produtivo à leitura da obra de arte e não meramente receptivo. Assim, o sentido dado à obra artística dependerá da realidade sensível do espectador, do seu repertório de experiências sociais e estéticas, e não somente dos elementos técnicos produzidos, a priori, pelo artista.
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda o conceito do “espect-ator” criado por Augusto Boal no Teatro do Oprimido e sua relação com estudos sobre recepção artística, como os de Jauss e Pareyson, que enfatizam o papel ativo do espectador na construção do significado de uma obra teatral.
Explicação didática: No Teatro-Fórum, técnica do Teatro do Oprimido, o espectador é convidado a vivenciar a cena e transformá-la, deixando de ser alguém que apenas assiste para tornar-se parte ativa do acontecimento teatral. Esse conceito é diretamente conectado à ideia de estética da recepção, segundo a qual a obra só se completa a partir da leitura, intervenção e repertório do público. O receptor jamais é passivo.
Justificativa da alternativa correta (A): A alternativa A) executar, interpretar, avaliar e intervir está correta pois contempla todas as dimensões do agir do espect-ator:
- Executar: agir, entrar em cena e concretizar ideias;
- Interpretar: compreender e criar sentidos para as ações e cenas;
- Avaliar: julgar as situações apresentadas à luz de suas vivências;
- Intervir: modificar a cena, propor novos caminhos e soluções.
Análise das alternativas incorretas:
- B) analisar, interpretar, avaliar e intervir: “Analisar” representa um processo intelectual, mas o Teatro do Oprimido exige ação (executar) e não apenas análise intelectual.
- C) entender, interpretar, intervir e analisar: “Entender” e “analisar” priorizam a cognição, diminuindo o papel do agir do espectador na cena.
- D) avaliar, compreender, interpretar e executar: Apesar de trazer “executar”, a alternativa não menciona a intervenção, que é fundamental no método de Boal: o espectador modifica ativamente a cena.
Dica de prova: Fique atento a termos como “executar” (ação efetiva) e “intervir” (mudança prática), ambos centrais ao conceito de espect-ator. Trocas por palavras como “analisar” ou “entender” podem gerar pegadinhas, pois não traduzem a participação física proposta pelo Teatro do Oprimido.
Referências: Augusto Boal, Hans Robert Jauss, Luigi Pareyson. Obras como "Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas" e "A estética da recepção" são referência para este tema.
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