Não é incomum que as pessoas indaguem:
“Onde se fala o melhor português no Brasil?”
Tal questão
“Onde se fala o melhor português no Brasil?”
Tal questão
Gabarito comentado
Tema central: Esta questão aborda principalmente a interpretação de texto com foco em preconceito linguístico e variedades linguísticas do português falado no Brasil, temas essenciais nos estudos da norma-padrão e da sociolinguística.
Justificativa da alternativa correta (D): A alternativa D está correta porque identifica que a pergunta “Onde se fala o melhor português no Brasil?” carrega um preconceito linguístico, baseando-se na falsa premissa de que uma variedade regional é “melhor” do que outra. Segundo Marcos Bagno (Preconceito Linguístico), isso ocorre quando se fazem juízos de valor hierarquizando diferentes formas de falar, desvalorizando estilos populares, regionais ou periféricos.
No Brasil, como explicam autores como Faraco & Zilles, existem diversas variedades linguísticas – todas legítimas e reconhecidas como parte da riqueza cultural do país. Nesse contexto, a questão ilustra claramente como há uma ideia preconceituosa (ou seja, preconceito linguístico) ao considerar alguma variante do idioma como superior.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta, pois assumir que Santa Catarina preservou o “melhor” português reforça o mesmo preconceito e desconsidera a variedade legítima das demais regiões.
B) Errada por afirmar que só Portugal falaria corretamente: o português brasileiro é autêntico e oficial, reconhecido por gramáticas como Bechara e Cunha & Cintra.
C) Apesar de valorizar o português erudito, ignora que chamar um falar de “melhor” é, por si só, preconceituoso.
E) Comparar a pergunta ao desempenho escolar faz uma analogia inadequada: proficiência não define superioridade de variedade linguística.
Estratégias de interpretação:
Ao analisar questões desse tipo, repare em termos subjetivos (“melhor”, “verdadeiro”), que normalmente denunciam juízo de valor e preconceito linguístico. Atenção também à intenção implícita da pergunta: não busca uma resposta técnica, mas carrega um viés de valorização de uma região em detrimento de outras.
Resumo da regra:
Pela norma-padrão e pelas gramáticas de referência, todas as variedades linguísticas são válidas; não há hierarquia entre modos regionais de falar – reconhecer isso é fundamental para evitar e combater preconceitos linguísticos.
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