Considere o trecho extraído do Texto 8: “Tão simples!
tão claro! Olhou para as calças de brim surrado e
o rodaque cerzido, e notou que até há pouco fora, por
assim dizer, um exterminado, uma bolha; mas que ora
não, era um vencedor."
O brim é um tecido composto principalmente de
algodão. É comumente tingido de índigo (colorante
azul) que tem uma produção anual de 50 mil toneladas.
A maioria dessa produção (95%) é destinada à indústria
têxtil. Devido à baixa afinidade do índigo pela fibra de
algodão, somente a superfície dos fios fica azul, deixando
o núcleo da fibra com coloração branca. Estima-se
que cerca de 15% do índigo usado na indústria têxtil é
descartado como resíduo. Esse resíduo, quando não tratado
corretamente, acaba causando sérios problemas
ambientais.
O algodão tem em sua constituição 94% de celulose,
cuja fórmula molecular é (C6
H10O5
)n. A celulose é um
polissacarídeo formado por um único monômero (a glicose:
C6
H12O6
). Ela pode apresentar uma configuração
aberta ou fechada, dependendo do ambiente químico.
Assinale a única alternativa correta com relação ao
exposto acima:
O brim é um tecido composto principalmente de algodão. É comumente tingido de índigo (colorante azul) que tem uma produção anual de 50 mil toneladas. A maioria dessa produção (95%) é destinada à indústria têxtil. Devido à baixa afinidade do índigo pela fibra de algodão, somente a superfície dos fios fica azul, deixando o núcleo da fibra com coloração branca. Estima-se que cerca de 15% do índigo usado na indústria têxtil é descartado como resíduo. Esse resíduo, quando não tratado corretamente, acaba causando sérios problemas ambientais.
O algodão tem em sua constituição 94% de celulose, cuja fórmula molecular é (C6 H10O5 )n. A celulose é um polissacarídeo formado por um único monômero (a glicose: C6 H12O6 ). Ela pode apresentar uma configuração aberta ou fechada, dependendo do ambiente químico.
Assinale a única alternativa correta com relação ao exposto acima:
TEXTO 8
CAPÍTULO XVIII
Rubião e o cachorro, entrando em casa, sentiram,
ouviram a pessoa e as vozes do finado amigo.
Enquanto o cachorro farejava por toda a parte,
Rubião foi sentar-se na cadeira, onde estivera quando
Quincas Borba referiu a morte da avó com explicações
científicas. A memória dele recompôs, ainda que
de embrulho e esgarçadamente, os argumentos do
filósofo. Pela primeira vez, atentou bem na alegoria
das tribos famintas e compreendeu a conclusão: “Ao
vencedor, as batatas!”. Ouviu distintamente a voz
roufenha do finado expor a situação das tribos, a luta
e a razão da luta, o extermínio de uma e a vitória da
outra, e murmurou baixinho:
— Ao vencedor, as batatas!
Tão simples! tão claro! Olhou para as calças de
brim surrado e o rodaque cerzido, e notou que até há
pouco fora, por assim dizer, um exterminado, uma
bolha; mas que ora não, era um vencedor. Não havia
dúvida; as batatas fizeram-se para a tribo que elimina
a outra a fim de transpor a montanha e ir às batatas
do outro lado. Justamente o seu caso. Ia descer de
Barbacena para arrancar e comer as batatas da capital.
Cumpria-lhe ser duro e implacável, era poderoso
e forte. E levantando-se de golpe, alvoroçado, ergueu
os braços exclamando:
— Ao vencedor, as batatas!
Gostava da fórmula, achava-a engenhosa, compendiosa
e eloquente, além de verdadeira e profunda.
Ideou as batatas em suas várias formas, classificou-as
pelo sabor, pelo aspecto, pelo poder nutritivo, fartou-
-se antemão do banquete da vida. Era tempo de acabar
com as raízes pobres e secas, que apenas enganavam
o estômago, triste comida de longos anos; agora
o farto, o sólido, o perpétuo, comer até morrer, e
morrer em colchas de seda, que é melhor que trapos.
E voltava à afirmação de ser duro e implacável, e à
fórmula da alegoria. Chegou a compor de cabeça um
sinete para seu uso, com este lema: AO VENCEDOR
AS BATATAS.
Esqueceu o projeto do sinete; mas a fórmula viveu
no espírito de Rubião, por alguns dias: — Ao vencedor
as batatas! Não a compreenderia antes do testamento;
ao contrário, vimos que a achou obscura e
sem explicação. Tão certo é que a paisagem depende
do ponto de vista, e que o melhor modo de apreciar o
chicote é ter-lhe o cabo na mão.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Ática,
2011. p. 38-39.)
TEXTO 8
CAPÍTULO XVIII
Rubião e o cachorro, entrando em casa, sentiram, ouviram a pessoa e as vozes do finado amigo. Enquanto o cachorro farejava por toda a parte, Rubião foi sentar-se na cadeira, onde estivera quando Quincas Borba referiu a morte da avó com explicações científicas. A memória dele recompôs, ainda que de embrulho e esgarçadamente, os argumentos do filósofo. Pela primeira vez, atentou bem na alegoria das tribos famintas e compreendeu a conclusão: “Ao vencedor, as batatas!”. Ouviu distintamente a voz roufenha do finado expor a situação das tribos, a luta e a razão da luta, o extermínio de uma e a vitória da outra, e murmurou baixinho:
— Ao vencedor, as batatas!
Tão simples! tão claro! Olhou para as calças de brim surrado e o rodaque cerzido, e notou que até há pouco fora, por assim dizer, um exterminado, uma bolha; mas que ora não, era um vencedor. Não havia dúvida; as batatas fizeram-se para a tribo que elimina a outra a fim de transpor a montanha e ir às batatas do outro lado. Justamente o seu caso. Ia descer de Barbacena para arrancar e comer as batatas da capital. Cumpria-lhe ser duro e implacável, era poderoso e forte. E levantando-se de golpe, alvoroçado, ergueu os braços exclamando:
— Ao vencedor, as batatas!
Gostava da fórmula, achava-a engenhosa, compendiosa e eloquente, além de verdadeira e profunda. Ideou as batatas em suas várias formas, classificou-as pelo sabor, pelo aspecto, pelo poder nutritivo, fartou- -se antemão do banquete da vida. Era tempo de acabar com as raízes pobres e secas, que apenas enganavam o estômago, triste comida de longos anos; agora o farto, o sólido, o perpétuo, comer até morrer, e morrer em colchas de seda, que é melhor que trapos. E voltava à afirmação de ser duro e implacável, e à fórmula da alegoria. Chegou a compor de cabeça um sinete para seu uso, com este lema: AO VENCEDOR AS BATATAS.
Esqueceu o projeto do sinete; mas a fórmula viveu no espírito de Rubião, por alguns dias: — Ao vencedor as batatas! Não a compreenderia antes do testamento; ao contrário, vimos que a achou obscura e sem explicação. Tão certo é que a paisagem depende do ponto de vista, e que o melhor modo de apreciar o chicote é ter-lhe o cabo na mão.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Ática,
2011. p. 38-39.)