O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é

Para responder a questão, é necessário interpretar e entender o lirismo presente na poesia. Na primeira estrofe, o autor descreve a ação da morte sobre ele, de modo que a palidez lhe cobre o rosto, a respiração perde força, o coração extingue-se (para de bater), e um desgosto mortal o devora. Na segunda estrofe, o poeta descreve os efeitos de uma profunda mágoa no próprio ser, de maneira que tenta descansar, mas a mágoa o impede. No primeiro terceto, o adeus (provavelmente da amada – “teu adeus”), junto à saudade, impedem que ele viva, mesmo que de maneira insana (“fazem que insano do viver me prive”), fazendo com que ele mantenha os olhos na escuridão. No último terceto o poeta clama por esperança e pede para que a amante devolva, por piedade, os olhos dele voltados para ela. O interessante neste poema é perceber nos versos a vontade do poeta de superar a morte (“Dá-me a esperança com que o ser mantive”), porém é impedido pelo sentimento de mágoa (“Eis o estado em que a mágoa me tem posto”). O poeta apresenta uma vontade de reagir contra a morte da amada, mas é sempre vedado pelas sensações negativas que a morte o transmite.
Ao interpretarmos o enunciado, recebemos a informação de que o lirismo presente no poema se projeta para algo além de si mesmo. O lirismo na segunda geração romântica tem como uma de suas características o apreço pela morte e por sentimentos negativos, caracterizando esta fase como “mal do século”, marcada por um profundo sentimentalismo. Este lirismo, o do poema, é marcado por uma profunda melancolia provocada pela morte, e que impede o poeta de querer se recuperar deste efeito. O aluno deve perceber o que o enunciado pede: o fundamento do lirismo. O fundamento deste lirismo, pertencente à segunda geração romântica, é a melancolia. A resposta da questão, então, é a letra B.