Questão 604cb0f5-fd
Prova:UFT 2019
Disciplina:Sociologia
Assunto:Estratificação e desigualdade social, Desigualdades de raça, classe e gênero

A concepção de democracia racial no Brasil acaba por ocultar as discriminações sofridas diariamente pelos(as) negros(as) e indígenas, pois imaginamos uma sociedade em que brancos(as), negros(as) e indígenas convivem harmoniosamente e não há discriminação étnico-racial.

Assinale a alternativa CORRETA.

A
As desigualdades entre brancos(as), negros(as) e indígenas é histórica e podem ser verificadas pelos dados, por exemplo, de desemprego, renda e escolaridade.
B
Vivemos em um país democrático e sem nenhum tipo de distinção que provoque desigualdades.
C
Nascemos livres e iguais e depende dos indivíduos a conquista econômica, educacional e cultural.
D
Negros(as) e indígenas têm historicamente as mesmas oportunidades que os(as) brancos(as).

Gabarito comentado

D
Diego Hernandez, Mentor QconcursosMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: a questão trata da crítica à noção de “democracia racial” — ideia que naturaliza harmonia étnico‑racial no Brasil e, assim, oculta discriminações estruturais contra negros(as) e indígenas. Para responder é preciso distinguir explicações ideológicas (afirmam ausência de racismo) de evidências empíricas e análises históricas que mostram desigualdade persistente.

Resumo teórico e fontes: a noção de democracia racial foi difundida por Gilberto Freyre, mas criticada por autores como Florestan Fernandes e Abdias do Nascimento por mascarar processos de exclusão. A desigualdade étnico‑racial é estrutural: dados do IBGE (PNAD/PNAD Contínua) e estudos sobre mercado de trabalho mostram diferenças consistentes em renda, desemprego e escolaridade entre brancos, negros e indígenas. Em termos normativos, a Constituição Federal (art. 5º) garante igualdade, e o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) reconhece a necessidade de políticas públicas para enfrentar desigualdades raciais.

Por que a alternativa A é correta: afirma que as desigualdades são históricas e mensuráveis — exatamente o ponto central da crítica à democracia racial. A alternativa conjuga explicação histórica (escravidão, exclusão de terras e acesso desigual a educação/trabalho) com a possibilidade de comprovação por indicadores (renda, desemprego, escolaridade), em consonância com literatura sociológica e dados oficiais (IBGE).

Análise das incorretas:

B — incorreta: afirma inexistência de distinções. É uma visão ideológica que contraria evidências empíricas e a própria necessidade de políticas afirmativas.

C — incorreta: reduz desigualdade a mérito individual (“depende dos indivíduos”), ignorando barreiras estruturais e históricas que limitam oportunidades; confunde igualdade formal com igualdade real.

D — incorreta: nega a desigualdade de oportunidades histórica entre grupos; contraria dados e estudos que mostram desvantagem sistemática de negros(as) e indígenas.

Estratégia de prova: desconfie de afirmações absolutas (sempre, nunca). Procure termos que remetam a evidência histórica/estatística — questões sobre desigualdade costumam exigir leitura crítica entre ideologia e dados. Relacione enunciado com conceitos-chave (estrutura, discriminação institucional, políticas públicas).

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