Questão 6010400a-97
Prova:
Disciplina:
Assunto:
As informações contidas no texto permitem concluir corretamente que a doença de que nele se fala caracteriza se como
As informações contidas no texto permitem concluir corretamente que a doença de que nele se fala caracteriza se como
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d' África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai e é quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negrosnão o esqueçam avisa no seu cântico de despedida: Ora, adeus, ó meus filhinhos, Qu'eu vou e torno a vortá... E numa noite que os atabaques batiam nasmacumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d' África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o lazareto*. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros
não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu'eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas
macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
*lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
A
moléstia contagiosa, de caráter epidêmico, causada por vírus.
B
endemia de zonas tropicais, causada por vírus, prevalente no período chuvoso do ano.
C
surto infeccioso de etiologia bacteriana, decorrente de más condições sanitárias.
D
infecção bacteriana que, em regra, apresenta-se simultaneamente sob uma forma branda e uma grave.
E
enfermidade endêmica que ocorre anualmente e reflui de modo espontâneo.
Gabarito comentado
Isabel VegaMestra em Letras na UFRJ, Coordenadora e Professora Aposentada de Português do Colégio Pedro II-RJ