“...as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multivias, para o matuto que ali nasceu e cresceu...” (Euclides da Cunha, Os Sertões. Rio de Janeiro: FBN, p. 102.)
No texto, as caatingas são apresentadas como aliadas do sertanejo. Essa vegetação está associada a
No texto, as caatingas são apresentadas como aliadas do sertanejo. Essa vegetação está associada a
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A
Tema central: compreensão das relações clima-vegetação no bioma Caatinga — especialmente o papel do balanço entre evapotranspiração potencial (ETP) e evapotranspiração real (ETR) na determinação de déficit hídrico e características da vegetação.
Resumo teórico: em climas semiáridos, a ETP supera a ETR durante grande parte do ano: o ar demanda mais água do que a disponível no solo e nas plantas, gerando déficit hídrico. A vegetação adapta-se com características xeromórficas (troncos e folhas suculentas ou reduzidas, espinhos, folha caduca parcial), formando a Caatinga — bioma típico do semiárido nordestino (chuvas irregulares, geralmente 250–800 mm/ano). Fontes: IBGE (mapas de biomas), Embrapa — publicações sobre Caatinga e semiárido brasileiro.
Por que a alternativa A está correta: descreve precisamente o quadro físico-hídrico da Caatinga — ETP > ETR quase o ano todo, resultando em déficit hídrico e vegetação espinhenta e com folhas ausentes na maior parte do ano. Essa explicação casa com a ecologia e adaptações xeromórficas observadas no bioma.
Análise das alternativas incorretas:
B — afirma que “raramente chove” e que a vegetação “em nenhuma época apresenta folhas verdes”. Errado: chove no semiárido, embora de forma irregular; há períodos de vegetação com folhas e florescimento ligados às chuvas. Além disso, solos podem variar e não são sempre “pouco desenvolvidos e férteis” de forma absoluta.
C — diz “secos durante seis meses por ano” e que “todas as folhas caem no período de seca”. A Caatinga tem variabilidade espacial e temporal; nem sempre são exatamente seis meses de seca e nem toda a vegetação é estritamente caducifólia total — muitas espécies perdem parte das folhas ou têm folhas reduzidas.
D — afirma “precipitação maior que a ETP”, o que implicaria disponibilidade hídrica positiva; isso não descreve ambientes secos permanentes. Logo, contraria a relação que caracteriza o semiárido e a Caatinga.
Dica de interpretação: foque nas relações físico-hídricas (ETP vs ETR) e nos traços ecológicos adaptativos (xeromorfia, caducifolia parcial). Em questões sobre biomas, procure palavras-chave: “ETP > ETR” indica déficit hídrico; “folhas sempre ausentes” ou “nunca chove” costumam ser exageros armadilha.
Referências rápidas: IBGE — “Biomas do Brasil”; Embrapa — publicações sobre Caatinga e semiárido.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






