A violência contra homossexuais está assentada num
conjunto de representações sociais de forte caráter
conservador que considera as relações afetivas entre
pessoas do mesmo sexo um comportamento
desviante.
“Gênero é um conceito formulado para tentar
compreender como se organizam as relações sociais que
se desenvolvem entre homens e mulheres. Ao contrário
do sexo que, em princípio, pode ser pensado como
biologicamente constituído, o gênero será sempre uma
construção social, isto é, as formas como homens e
mulheres comportam-se, pensam as atividades que
exercem, o acesso ao conhecimento, ao poder, entre
outras, estará relacionada a grupos sociais específicos, de
sociedades específicas e em momentos históricos
específicos.” (FEITOSA, Samara. A construção social do
gênero. Curitiba: SEED. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/fr m_detalharFolhas.php?codInscri=4163&PHPSESSID=20 10062109491489>. Acesso em: 25/06/2010).
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre
as relações entre indivíduo e sociedade, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Certo
Tema central: o enunciado trabalha a relação entre representações sociais conservadoras e a violência dirigida a homossexuais — ou seja, explica por que preconceitos culturais geram agressões.
Resumo teórico sucinto: Gênero é uma construção social (Butler; teoria das representações sociais de Moscovici). Normas e valores de uma dada sociedade classificam comportamentos como “normais” ou “desviantes”. A partir daí surgem estigmas (Goffman) e rótulos (Becker) que desumanizam grupos, legitimando discriminação e violência. Conceitos como heteronormatividade e patriarcalismo explicam por que relações entre pessoas do mesmo sexo são vistas como ruptura das normas para setores conservadores.
Por que C está correta: a afirmação relaciona diretamente a violência à existência de representações sociais conservadoras que definem afetos homoafetivos como desviantes. Isso está em consonância com estudos sociológicos sobre estigma e intolerância e com posicionamentos internacionais que identificam homofobia como fator de violência (ONU/WHO) — além de decisões e debates jurídicos que reconhecem a gravidade dessas discriminações (ex.: entendimento recente do STF brasileiro sobre criminalização da homofobia/transfobia até que haja lei específica).
Raciocínio prático: quando uma cultura rotula relações homoafetivas como “desvios”, parte da população sente-se autorizada a agir violentamente contra elas. Logo, a origem da violência é cultural e representacional, não apenas individual.
Referências indicadas: Judith Butler (Gender Trouble); Erving Goffman (Stigma); Serge Moscovici (Representações Sociais); documentos da OMS/ONU sobre violência motivada por orientação sexual; decisões do STF (2019) sobre homofobia/transfobia.
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