São expressões de anomalia social as construções
culturais de papéis masculinos e femininos que não
correspondem às determinações biológicas do sexo.
“Gênero é um conceito formulado para tentar
compreender como se organizam as relações sociais que
se desenvolvem entre homens e mulheres. Ao contrário
do sexo que, em princípio, pode ser pensado como
biologicamente constituído, o gênero será sempre uma
construção social, isto é, as formas como homens e
mulheres comportam-se, pensam as atividades que
exercem, o acesso ao conhecimento, ao poder, entre
outras, estará relacionada a grupos sociais específicos, de
sociedades específicas e em momentos históricos
específicos.” (FEITOSA, Samara. A construção social do
gênero. Curitiba: SEED. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/fr m_detalharFolhas.php?codInscri=4163&PHPSESSID=20 10062109491489>. Acesso em: 25/06/2010).
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre
as relações entre indivíduo e sociedade, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Gabarito: E — Errado
Tema central: a questão trata da distinção entre sexo (atributos biológicos) e gênero (papéis e identidades socialmente construídos). É fundamental compreender que o gênero é uma categoria sociológica, histórica e culturalmente variável.
Por que a assertiva está errada (justificativa): chamar de "anomalia social" as construções culturais de papéis que não coincidem com determinações biológicas é incorreto. A sociologia e as organizações internacionais definem gênero como construção social, não como desvio. A OMS/ONU e autores clássicos explicam que diferenças de papéis de gênero refletem normas sociais e contexto histórico, não anomalias. Rotular variações de gênero como “anomalias” confunde explicação sociológica com julgamento moral/biológico.
Fundamento teórico e exemplos: “Não se nasce mulher, torna‑se mulher” (Simone de Beauvoir) e a definição da OMS: “gender refers to the characteristics of women, men, girls and boys that are socially constructed”. Judith Butler (Gender Trouble) complementa ao mostrar o caráter performativo dos papéis de gênero. Exemplos claros: categorias reconhecidas culturalmente como hijras (Índia) ou Two‑Spirit (povos indígenas norte‑americanos) demonstram que variações são institucionais e culturais, não meras anomalias.
Estratégia para interpretar enunciados semelhantes: ao ver termos decisivos — aqui, “anomalia social” — pergunte: o autor usa conceito sociológico ou faz juízo de valor? Em provas, prefira a leitura que articula conceitos acadêmicos (gênero = construção social) e desconfie de alternativas que patologizam ou biologizam diferenças sociais.
Fontes sugeridas: Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo (1949); Judith Butler, Gender Trouble (1990); WHO/UN definitions on gender (acervo institucional).
Conclusão: a alternativa correta é E — Errado, porque desvios entre papéis culturais e sexo biológico não são "anomalias sociais" segundo a perspectiva sociológica sobre gênero.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






