Nos anos 30 do século passado, a mestiçagem foi amplamente condenada por setores sociais que atribuíam a ela um fator de desequilíbrio em nossa formação social e cultural.

Alternativa correta: C — Certo

Tema central: compreender como, nos anos 1930, parte significativa das elites intelectuais, médicas e políticas no Brasil passou a ver a mestiçagem como problema social — posicionamento ligado a correntes eugênicas e ideais de branqueamento.

Resumo teórico: mestiçagem refere‑se ao cruzamento entre diferentes grupos étnicos. Nos anos 1930, ganhou força no país o discurso eugênico/social‑darwinista que valorizava a ideia de “melhorar” a população por meio da seleção e do incentivo à imigração europeia. Esse discurso apresentava a mestiçagem como fator de “desequilíbrio” biológico, cultural e social — argumento usado por setores que defendiam políticas de branqueamento e controle racial.

Por que a alternativa é certa: fontes históricas e estudos sobre pensamento social brasileiro mostram que, embora autores como Gilberto Freyre valorizassem aspectos da mestiçagem (Casa‑Grande & Senzala, 1933), havia, simultaneamente, amplo campo de resistência à miscigenação nas ciências médicas, em parte da imprensa e entre formuladores de políticas. Esses grupos associavam mestiçagem a uma suposta degeneração e defendiam medidas eugênicas e de imigração para “corrigir” a composição racial — posicionamento documentado por historiadores como Thomas Skidmore e Lilia Schwarcz.

Impacto e exemplos práticos: a valorização da imigração europeia nas décadas iniciais do século XX e debates públicos sobre “higiene racial” ilustram como a condenação à mestiçagem influenciou políticas e atitudes sociais, repercutindo em desigualdades e preconceitos que marcaram o Estado e a sociedade.

Leituras recomendadas: Gilberto Freyre, Casa‑Grande & Senzala (1933); Thomas Skidmore, Black into White (1974); Lilia Moritz Schwarcz, O Espetáculo das Raças (1993).

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