Sobre as causas e consequências da chamada “ilha de calor”, fenômeno típico das grandes cidades que colabora para o aumento dos índices de poluição urbana, afirma-se:

I. Ocorre uma elevação das temperaturas médias nas zonas periféricas da mancha urbana em relação às zonas centrais.

II. A substituição da vegetação – original ou plantada – por grande quantidade de prédios, ruas, avenidas e uma série de outras construções provoca significativo aumento da irradiação de calor para a atmosfera.

III. Nas zonas densamente urbanizadas, é grande a concentração de gases e materiais particulados, que têm a capacidade de amenizar a retenção de calor.

IV. A elevação da temperatura nas áreas centrais facilita a ascensão do ar quando não há inversão térmica, formando uma zona de baixa pressão para onde os ventos são direcionados, pelo menos durante o dia, elevando a concentração de poluentes.

Estão corretas apenas as afirmativas

Resposta correta: Alternativa D — II e IV

Tema central: a ilha de calor urbana é o aumento de temperatura nas áreas densamente ocupadas em relação às áreas rurais ou periféricas. É fundamental para concursos porque integra conhecimentos de clima urbano, uso do solo e qualidade do ar.

Resumo teórico: em centros urbanos, materiais como asfalto e concreto têm baixa albedo e alta capacidade térmica; somados à menor vegetação e ao calor gerado por atividades humanas, aumentam o aquecimento local e geram uma célula térmica que eleva as temperaturas. Autores clássicos: Oke (1982) sobre clima urbano; relatórios do IPCC e da WMO destacam impactos em saúde e poluição.

Por que II está correta: a afirmação refere-se à substituição da vegetação por edificações e pavimentos, o que reduz sombreamento e evapotranspiração e aumenta a irradiação e retenção de calor. Esse é o mecanismo básico da ilha de calor (Oke, 1982; WMO).

Por que IV está correta: áreas aquecidas produzem elevação do ar (convecção), formando uma relativa baixa pressão local que induz circulação convergente. Essa dinâmica pode concentrar poluentes em bolsões ou favorecer recirculação de poluentes, especialmente sob condições estáveis ou noite/inversão térmica — descrição coerente com processos de ventilação urbana.

Por que I está errada: diz o contrário do fenômeno: as temperaturas mais altas ocorrem nas zonas centrais/densamente urbanizadas, não nas periferias. Ler com atenção “centrais” versus “periféricas” evita essa pegadinha.

Por que III está errada: afirma que concentrações de gases e particulados “amenizam” retenção de calor. Isso é impreciso: aerossóis podem reduzir radiação solar incidente (dimerização) mas não anulam o efeito da cobertura artificial e do calor antropogênico; na prática, poluentes normalmente agravam problemas de qualidade do ar e podem até intensificar efeitos locais complexos — a frase generaliza e inverte a relação causal.

Dica de interpretação: busque termos absolutos (amenizar, provocar) e compare com o conceito básico: ilha de calor = centro urbano mais quente que entorno. Relacione causas (materiais, vegetação, calor antropogênico) e efeitos (circulação local, qualidade do ar).

Fontes recomendadas: Oke, T.R. (1982) “The energetic basis of the urban heat island”; IPCC e relatórios/metodologias da WMO sobre clima urbano.

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