No trecho “Deu um grito fraco e caiu.”, o sujeito dos verbos
destacados é
Leia o texto para responder àquestão.
“Não havia um segundo a perder. Tirou o
machado de sob o capote, levantando-o com
as duas mãos e, com um gesto seco, quase
mecânico, deixou-o cair na cabeça da velha.
Suas mãos pareciam-lhe não ter mais forças.
Entretanto, readquiriu-as assim que vibrou o
primeiro golpe.
A velha estava com a cabeça descoberta,
como de hábito. Os cabelos claros, grisalhos e
escassos, abundantemente oleados, formavam
uma pequena trança, presa à nuca por um
fragmento de pente. Como era baixa, o golpe
atingiu-a nas têmporas. Deu um grito fraco e
caiu, tendo tido, no entanto, tempo de levar as
mãos à cabeça.”
(DOSTOIÉVSKI, F. Crime e Castigo. São Paulo: Abril, 2010. p.111.)
Gabarito comentado
Gabarito: B) desinencial
Tema central: Análise sintática – Sujeito desinencial
Nesta questão, o foco é identificar o tipo de sujeito presente nos verbos do trecho “Deu um grito fraco e caiu.”. Trata-se de um clássico caso de sujeito desinencial (também chamado de sujeito oculto ou elíptico).
Regra gramatical: Sujeito desinencial é aquele não expresso na oração, mas determinado pelo contexto e pela desinência verbal. Conforme Evanildo Bechara, é o sujeito que “pode ser identificado graças à terminação verbal e ao contexto linguístico”.
No trecho analisado, os verbos “deu” e “caiu” estão na 3ª pessoa do singular. O sujeito não está explicitamente escrito, mas sabemos pelo contexto que se refere à “velha”, já apresentada anteriormente no texto. Assim, trata-se de sujeito desinencial.
Justificativa da alternativa correta (B):
A alternativa B está correta porque aponta o sujeito desinencial – ele não aparece expresso, mas é identificado pela terminação do verbo e pelo sentido do texto.
Análise das alternativas incorretas:
- A) Indeterminado: Sujeito indeterminado ocorre quando não sabemos quem pratica a ação, ou ela é inespecífica (ex.: “Dizem que vai chover”). No trecho, sabemos quem é a agente: a “velha”.
- C) Composto: Sujeito composto exige dois ou mais núcleos, o que não ocorre aqui; só há um referente (“ela”).
- D) Inexistente: Sujeito inexistente se aplicaria a orações sem sujeito, como fenômenos naturais (“Choveu ontem”). Aqui há ação praticada por alguém.
- E) Simples: Apesar de o referente ser único, o sujeito simples exige estar explícito na oração (“Ela deu um grito…”), o que não ocorre aqui. Por isso, é desinencial.
Dica para provas: Quando encontrar verbos conjugados sem sujeito explícito, procure o referente anterior no texto e observe a terminação verbal. Se for possível identificar pelo contexto, é sujeito desinencial!
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