A exploração econômica dos espanhóis em suas possessões coloniais na América,
sobretudo nas áreas mineradoras, caracterizou-se pela exploração da mão de obra nativa. Diferentemente, na América portuguesa, houve o predomínio da exploração da mão de obra
negra trazida compulsoriamente da África para o trabalho escravo.
Assinale o item que explica corretamente a opção espanhola pela exploração do trabalho
nativo nas áreas mineradoras da América colonial.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: o enunciado trata das formas de exploração do trabalho na América espanhola — especialmente em áreas mineradoras — comparando-as com a América portuguesa. É essencial conhecer os institutos coloniais espanhóis (encomienda, mita/repartimiento) e as condições demográficas e institucionais que tornaram viável o uso do trabalho indígena.
Resumo teórico (claro e progressivo):
Encomienda — concessão de direito de cobrar tributos e mobilizar trabalho indígena aos colonos, sob obrigação nominal de proteção e catequese (na prática: trabalho compulsório).
Mita / Repartimiento — adaptação colonial de obrigações comunitárias pré-hispânicas (mit'a inca) para recrutamento rotativo e forçado de indígenas, muito usado nas minas andinas (Potosí).
Esses mecanismos foram facilitados pela existência de populações indígenas numerosas e por estruturas sociais tribais/aldeãs que já conheciam tributo e trabalho compulsório; por isso os espanhóis optaram por explorar principalmente a mão de obra nativa nas regiões mineradoras.
Por que a alternativa B está correta: ela aponta dois fatores centrais e complementares: (1) a presença de população nativa numerosa nas zonas de mineração (especialmente Andes) e (2) a pré-existência de formas comunitárias de trabalho compulsório/tributário que os espanhóis puderam institucionalizar (mit'a/encomienda). Esses elementos explicam a viabilidade logística e econômica da exploração indígena nas minas.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: não houve monopólio português absoluto do tráfico negreiro que tornasse impossível aos espanhóis adquirir africanos; além disso, a opção espanhola foi mais ligada à disponibilidade indígena e instituições pré-existentes do que a um suposto custo proibitivo.
C — incorreta: simplifica e erra factualmente. Tanto espanhóis quanto portugueses tinham missão de evangelização; a Igreja e figuras como Bartolomé de las Casas criticaram a escravização indiscriminada. A diferença não é ausência de obrigação religiosa por parte dos espanhóis.
D — incorreta por imprecisão: embora em algumas áreas houvesse substituição gradual por africanos, nas regiões andinas o uso do trabalho indígena permaneceu dominante por longo tempo; a alternativa generaliza o processo como idêntico ao português.
E — incorreta: mita e encomienda não eram formas de assalariamento ou recrutamento voluntário — eram mecanismos coercentes e obrigatórios de trabalho forçado ou tributário.
Dica de prova: busque palavras-chave como "população nativa numerosa", "formas pré-existentes de tributo/trabalho" e desconfie de alternativas que apresentem termos absolutos (monopólio total, ausência de obrigação religiosa, voluntariedade).
Fontes sugeridas: New Laws (1542) e críticas de Bartolomé de las Casas (Brevísima relación); estudos sobre encomienda/mita em historiografia latino-americana (obras sobre economia colonial andina).
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