Os fragmentos textuais a seguir apresentam informações sobre fenômenos climáticos contrastantes, que ocorrem num mesmo período, em diferentes regiões do Brasil.

Um total de 800 municípios do Nordeste se encontra em situação de emergência devido à seca, depois de o Governo declarar, nesta sexta-feira, que 25 novas cidades do estado da Paraíba estão nessa circunstância.

Disponível em: <http://noticias.r7.com/internacional/noticias/seca-no-nordeste-deixa-800-municipios-emsituacao-de-emergencia-20120601.html>. Acesso em: 4 jun. 2012.

No Amazonas, mais de 80 mil famílias sofrem com a cheia dos rios, 50 municípios permanecem em situação de emergência, incluindo a capital, e outros 3 continuam em estado de calamidade. Em Manaus, o Rio Negro continua subindo, mas apenas um centímetro por dia. Ontem, a cota foi de 29,97 metros.

Disponível em:.<http://www.dgabc.com.br/News/5960490/cheia-no-amazonas-afeta-mais-de-80-mil-familias.aspx>. Acesso em: 04 jun. 2012.

Entre outros fatores, a ocorrência dos fenômenos climáticos está associada

Alternativa correta: C

Tema central: interpretação de fenômenos climáticos contrastantes (seca no Sertão nordestino e cheias no Amazonas) relacionando-os às características e ao comportamento das massas de ar. É importante conhecer conceitos de massas de ar, umidade e circulação atmosférica.

Resumo teórico (essencial): massas de ar são grandes volumes de ar com características próprias (temperatura e umidade). No Brasil, a Massa Equatorial Continental (mEc) é quente e muito úmida, favorecendo chuvas intensas na região amazônica. No Nordeste semiárido, o problema é a perda de umidade das massas que chegam (e a atuação de sistemas atmosféricos que inibem a convecção), gerando déficit pluviométrico e seca.

Justificativa da alternativa C: A frase relaciona corretamente: (1) a seca no Sertão à perda de umidade das massas de ar que chegam à região — essas massas perdem vapor d’água ao avançar sobre o interior, somado à posição do anticiclone e à distância do oceano — e (2) as cheias no Amazonas à atuação da Massa Equatorial Continental (mEc), responsável por intensa umidade e precipitação convectiva que pode gerar enchentes. Essa explicação está em consonância com a climatologia brasileira (ver INMET e textos de geografia física).

Análise das alternativas incorretas:

A — Erro: afirma que o Sertão é área de convergência de massas (convergência traz chuvas, não seca). Além disso, atribui à Massa Tropical Atlântica a chuva na Amazônia, o que não explica as cheias interiores tão bem quanto a mEc.

B — Erro: associa a seca à predominância de planícies no Sertão (o Sertão tem chapadas e relevo mais elevado e ondulado) e afirma que a Amazônia está em zona de alta latitude (falso: é de baixa latitude, equatorial).

D — Parcialmente enganosa: dizer que o Sertão é área de dispersão de massas pode sugerir ar subsidente e seca, mas juntar isso à simples localização da Amazônia em zona de baixa latitude não explica as cheias — a presença e atuação da mEc é o fator explicativo direto.

Estratégia para concursos: identifique termos-chave (seca × cheia; nomes de massas de ar) e relacione efeito → causa física (umidade disponível; origem da massa). Desconfie de alternativas que invertam relação causa-efeito ou usem termos geográficos incorretos (latitude, relevo).

Fontes sugeridas: INMET (www.inmet.gov.br) — material sobre massas de ar; livros de climatologia e geografia física do Brasil.

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