No período em que o Parnasianismo se destacou, o Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, vivia forte influxo de modernização tardia em relação aos centros europeus, o que incentivou o consumo de mercadorias culturais luxuosas, mas desligadas da realidade local. Assim, verifica-se que a recorrência a temas advindos da Antiguidade Clássica era a correspondência estética dessa tendência manifestada na objetividade social brasileira.

Gabarito: C — Certo

Tema central: o enunciado relaciona o soneto a traços do Parnasianismo e ao contexto social do Rio de Janeiro final do século XIX — especialmente o gosto elitista por objetos e temas clássicos, desligados da realidade social.

Resumo teórico (essencial e progressivo): o Parnasianismo brasileiro valorizou forma, objetividade, erudição e impessoalidade. Poetas como Alberto de Oliveira privilegiavam imagens refinadas, temas clássicos e a estética do “arte pela arte”. Historicamente, isso coincide com uma elite urbana que imitava modelos europeus e consumia bens culturais de luxo, muitas vezes distantes das questões sociais locais (ver: Wilson Martins, História da Literatura Brasileira; Alfredo Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira).

Justificativa da alternativa C (por que é certa): o soneto evoca explicitamente elementos da Antiguidade (Olimpo, Teos, Anacreonte) e imagens de requinte decorativo (taça de áureos relevos, pétalas), demonstrando a preferência parnasiana por temas clássicos e acabamento formal. Essa escolha estética corresponde ao cenário descrito no enunciado: uma modernização tardia em que a elite carioca consumia produtos e referências culturais europeias, criando uma estética cosmopolita e muitas vezes desconectada da realidade social. Assim, a recorrência a motivos clássicos no poema é coerente com a leitura histórica-literária proposta — logo, a afirmação é correta.

Estratégia de resolução (dica prática para provas): ao identificar autores e trechos, procure sinais textuais (nomes históricos, imagens, tom impessoal) e cruze com o contexto histórico-literário do autor. Se o autor é parnasiano, espere formalismo e temas clássicos; se o enunciado comenta consumo cultural e desconexão social, verifique se o texto apresenta esse distanciamento estético — se sim, a asserção tende a ser verdadeira.

Observação sobre a alternativa contrária (breve): E — Errado seria incorreta porque negaria a correspondência histórica entre Parnasianismo (tema clássico/erudito) e o contexto social-elitista descrito, o que contraria evidências textuais e estudos críticos.

Fontes recomendadas: Wilson Martins, História da Literatura Brasileira; Alfredo Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira — para contextualização histórica e estética do Parnasianismo.

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