Questão 45d60dc2-d8
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
Era uma vez um tempo em que literatura significava
sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar
às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX
o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores
escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os
anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação
literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes
isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se
o núcleo do currículo.
Isso não é apenas um resultado das preferências de
um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural
da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal
maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz
a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está
acontecendo no mundo. A explicação científica busca o
sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que
a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente
não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa
e efeito mas a lógica da história, em que entender significa
conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia
ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em
Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.
(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
Era uma vez um tempo em que literatura significava
sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar
às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX
o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores
escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os
anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação
literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes
isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se
o núcleo do currículo.
Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.
Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.
(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
“Mas no século XX o romance eclipsou a poesia”
(1º parágrafo)
B
“muitas vezes isso é exigido” (1º parágrafo)
C
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe
histórias” (2º parágrafo)
D
“os contos tornaram-se o núcleo do currículo” (1º parágrafo)
E
“Era uma vez um tempo em que literatura significava
sobretudo poesia” (1º parágrafo)
Gabarito comentado
Ana MachadoMestranda em Letras e Ciências Humanas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Formada em Letras - Português/Literaturas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Professora de Língua Portuguesa, Redação e Literaturas.