O acesso à internet cresceu 143,8% entre a população com mais de dez anos entre os
anos de 2005 e 2011, enquanto o crescimento populacional foi de 9,7%. Apesar desses
números, apenas 53,5% brasileiros da mesma faixa etária não utilizam a internet.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1279552-acesso-a-internet-no-brasil-cresce-mas-53-da-populacao-ainda-nao-usa-a-rede.shtml
Em vista dos dados apresentados, quais dos conceitos a seguir deveriam ser utilizados para analisar e mostrar que esses dados podem ser um problema sociológico?
Gabarito comentado
Gabarito: B — Desigualdade Social e Inclusão Digital
Tema central: a questão trata da distribuição desigual do acesso à internet e de por que esse fato é um problema sociológico: ele revela desigualdade socioeconômica, territorial e educacional que limita oportunidades e participação social.
Resumo teórico (claro e progressivo): - Estratificação social: diferenças sistemáticas entre grupos por renda, escolaridade, raça e região. - Desigualdade digital: divide-se em três níveis — 1) acesso físico à infraestrutura; 2) habilidades e letramento digital; 3) uso benéfico (resultados em educação, trabalho, cidadania) — conceito associado a Jan van Dijk. - Políticas de inclusão digital visam reduzir essas lacunas (ex.: programas públicos, Marco Civil da Internet — Lei nº 12.965/2014 estabelece princípios de acesso e uso).
Por que a alternativa B é correta: os números (alto crescimento percentual, mas grande parcela ainda sem uso) mostram coexistência de progresso e exclusão. Isso é sintoma clássico de desigualdade social e aponta para a necessidade de iniciativas de inclusão digital (infraestrutura + capacitação), logo B nomeia precisamente os conceitos analíticos adequados.
Análise das alternativas incorretas: - A (Gênero e Homofobia): gênero pode ser relevante num recorte, mas homofobia é tema distinto e não responde ao problema macro indicado pelos dados. - C (Solidariedade mecânica/orgânica): conceitos de Durkheim sobre coesão social não explicam especificamente padrões de acesso à tecnologia; são teóricos da coesão, não da desigualdade tecnológica. - D (Movimento Social e Participação Política): embora o uso da internet influencie participação política, os dados apresentados tratam da distribuição de acesso — o núcleo explicativo é desigualdade/inclusão, não movimentos sociais.
Dica de interpretação: busque palavras-chave nos enunciados que indiquem problema estrutural (ex.: "apenas", grandes percentuais sem acesso, crescimento desigual). Relacione sempre número à dimensão social (classe, escolaridade, região) antes de escolher conceitos.
Fontes indicadas: IBGE (PNAD) sobre acesso à internet; van Dijk (digital divide theory); Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet).
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