Uma barra: na era das mensagens de texto e das descrições de
perfis no Twitter, ela se tornou um sinal de pontuação universal para
aqueles que querem descrever rapidamente suas atividades sociais
(jantar/drinques), as ambições de carreira (trabalho/diversão) e até mesmo
os arranjos amorosos (amigo/ amante).
Mas, para alguns integrantes da geração Y (aqueles nascidos entre
1980 e 2000), ela se transformou em uma espécie de marcador de
identidade (advogada/atriz; relações públicas/DJ; executiva/cozinheira)
para aqueles que trabalham em dois (ou mais) mundos diferentes.
Ao contrário de legiões de americanos que têm vários empregos por
necessidade, esses jovens escolhem se esticar entre várias atividades.
Enquanto um trabalho geralmente paga as contas, outro permite algo mais
criativo. Eles consideram esse coquetel de atividades essencial para o
bem-estar e consideram que se concentrar em apenas uma coisa para o
resto da vida é antiquado.
"Uma coisa para o resto da minha vida? Absolutamente não", diz
Maxwell Hawes 4°, 25, que atualmente se alterna entre uma companhia de
tecnologia para publicidade em San Francisco e uma start-up (empresa
iniciante) e de vestuário masculino. "Eu não imagino como seria isso."
Folha de S. Paulo, 28 de dezembro de 2014.
A citação, entre aspas, presente no fim do texto relaciona-se à ideia
desenvolvida no parágrafo anterior com o objetivo de apresentar um(a)
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de Texto: Função da Citação
A questão avalia a competência de perceber como um trecho citado ilustra e fundamenta uma ideia exposta anteriormente no texto, habilidade comum em provas de vestibular e concursos.
Justificativa da alternativa correta – C) Exemplificação como prova:
No texto, após apresentar a tese de que jovens da geração Y preferem multiplicidade de atividades a uma carreira única, o autor cita Maxwell Hawes: "Uma coisa para o resto da minha vida? Absolutamente não." Ao incluí-lo, o autor oferece um exemplo concreto, representando esse perfil jovem e validando a tese. Em termos de análise textual, segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, exemplificar é “dar corpo a uma generalização a partir de um caso específico”. Assim, a citação de Maxwell Hawes funciona como prova por exemplificação da argumentação exposta no parágrafo anterior.
Análise das alternativas incorretas:
A) Argumento de autoridade: Está incorreta, pois o exemplo não cita uma autoridade ou especialista para dar peso ao argumento, mas sim um indivíduo comum, representando a tendência discutida.
B) Estratégia de persuasão: Apesar da citação poder causar identificação, a persuasão do leitor não é o objetivo principal dessa passagem, e sim a comprovação por meio de exemplo.
D) Interlocução direta: Errada. O texto não dialoga diretamente com o leitor, apenas relata opiniões de um terceiro personagem. Interlocução direta ocorre quando o texto se dirige explicitamente ao leitor (“você”, “leitor”).
Estratégias para acertos neste tipo de questão:
- Repare se a fala apresentada é usada para ilustrar ou comprovar a tese, ou se traz respaldo técnico (autoridade).
- Fique atento à diferença entre dar exemplo (exemplificação), convencer (persuasão), citar especialista (autoridade) e falar diretamente com o leitor (interlocução direta).
- Cuidado com pegadinhas em palavras próximas, mas diferentes no sentido argumentativo.
De acordo com Evanildo Bechara, “exemplificação é um poderoso recurso de confirmação da tese, sem necessariamente envolver autoridade” (Moderna Gramática Portuguesa).
Resumo: A citação comprova a tese com exemplo (alternativa C), em total conformidade com as normas de coesão textual e estratégias de fundamentação de ideias.
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