Instrução: As questão refere-se a obra de Machado de Assis.

Em Papéis avulsos, há pouca ação, predominando exposição de doutrinas sobre o comportamento humano, por meio do dialogo ou da fala de um personagem que assume a narração.

Esse recurso formal pode ser observado em

Tema central da questão: O uso de diálogos e monólogos como recurso estrutural nos contos de “Papéis Avulsos”, de Machado de Assis, para a exposição de doutrinas sobre o comportamento humano.

Para acertar questões assim, o candidato deve identificar estratégias narrativas e compreender como elas servem aos propósitos do autor. Neste caso, saber que Machado de Assis, em certos contos, opta por diálogos/monólogos reflexivos em vez de ação direta é fundamental.

O enunciado pede exemplos de contos em que há pouca ação e predomina a exposição de doutrinas por meio da fala de personagens.

Justificativa da Alternativa Correta (E):
“Teoria do Medalhão” e “O Espelho” são exemplos claros:

• “Teoria do Medalhão”: apresenta um diálogo didático entre pai e filho. O pai ensina como se tornar um “medalhão”, ou seja, um símbolo de sucesso social sem conteúdo autêntico. O conto é praticamente todo formado por esse diálogo, expondo uma doutrina de vida marcada pela superficialidade.
• “O Espelho”: utiliza o monólogo de Jacobina sobre sua teoria das “duas almas”. Ele expõe ideias filosóficas acerca da influência da sociedade sobre o indivíduo. A pouca ação e a predominância das reflexões sustentam a escolha.

Análise das Alternativas Incorretas:

• A) “O alienista” e “A chinela turca”: Ambos focam em enredos e ações, não em discussões reflexivas predominantes.
• B) “A sereníssima República” e “Uma visita de Alcebíades”: Ainda que hajam críticas veladas e uso de alegoria, não se destacam, formalmente, pelo foco em filosofia exposta por diálogo/monólogo.
• C) “O segredo do Bonzo” e “D. Benedita”: Apresentam crítica social, mas utilizam narração tradicional, não o debate doutrinário do personagem.
• D) “O empréstimo” e “Verba testamentária”: Também trabalham situações concretas, não teorias explicitadas pelo personagem na forma proposta no enunciado.

Estratégia de prova: Distinguir narrativas de ação das de reflexão doutrinária. Fique atento a pegadinhas, evitando confundir “crítica à sociedade” (presente em vários contos do autor) com a forma estrutural exigida pelo enunciado.

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