O estudo dos climas compõe um importante capitulo da ciência, e seu conhecimento é de suma importância para a organização e desenvolvimento das sociedades humanas. Os climas da Terra expressam, devido às suas diferenças, aspectos geográficos particulares. Nesse sentido, é correto afirmar:

Os elementos do clima (temperatura, umidade e pressão atmosférica) apresentam diferenciações espaciais devido à influência dos fatores geográficos (latitude, longitude, altitude e maritimidade).

Os climas da Terra são definidos tanto por fatores astronômicos quanto por fatores estáticos, como as mudanças climáticas globais, dentro das quais sobressaem-se eventos catastróficos, como as tsunamis.

A circulação atmosférica da Terra é definida pela atuação das massas de ar, cuja dinâmica é controlada pela atuação do El Niño e do La Niña, eventos que resultam, respectivamente, do menor e do maior fluxo de calor nas águas do Oceano Pacífico.

A diferenciação geográfica dos climas da Terra decorre da interação entre os elementos e fatores geográficos do clima, tanto estáticos quanto dinâmicos. As mudanças climáticas globais indicam alterações nos climas do planeta, em escala secular (temporal) e global (geográfica), embora seja no âmbito das áreas urbano-industriais que os efeitos das atividades humanas sobre o clima sejam mais perceptíveis.

Os climas do Brasil apresentam, em sua totalidade, aspectos flagrantes de tropicalidade, expressos nas elevadas amplitudes térmicas diárias e sazonais, notadamente na porção mais ao norte do país. Nessa região – Domínio Amazônico –, na qual são registrados os mais fortes contrastes térmicos e pluviométricos do território nacional, a exuberância da floresta e o expressivo caudal dos rios atestam essa característica climática.

Gabarito comentado

Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa D

Tema central: diferenciação dos climas da Terra. É preciso entender a diferença entre elementos do clima (temperatura, umidade, pressão, ventos, precipitação) e fatores que os explicam (astronômicos, estáticos e dinâmicos), além do papel das atividades humanas nas mudanças climáticas.

Resumo teórico: - Fatores astronômicos (latitude, inclinação e duração do dia) determinam a distribuição de energia solar. - Fatores estáticos (altitude, maritimidade/continentalidade, vegetação, relevo, correntes oceânicas) modificam essa energia localmente. - Fatores dinâmicos envolvem circulação atmosférica e massas de ar (frentes, monções, El Niño/La Niña como padrões climáticos do ENSO). As mudanças climáticas globais são alterações em escala temporal secular e geográfica global, intensificadas por emissões humanas (fonte: IPCC AR6; INMET).

Por que D está correta: A alternativa D afirma que a diferenciação climática resulta da interação entre elementos e fatores (estáticos e dinâmicos) — isso está de acordo com a teoria climática. Também reconhece que as mudanças climáticas atuam em escala secular e global, e que os efeitos humanos são mais perceptíveis em áreas urbano-industriais (ilhas de calor, poluição local), o que é consistente com estudos sobre urbanização e clima (IPCC; estudos de micrometeorologia urbana).

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: afirma que a longitude é fator geográfico do clima. Longitude não determina clima (não altera a incidência solar como faz a latitude). O termo correto seria maritimidade/continentalidade ou outros fatores estáticos.

B — Incorreta: mistura conceitos. Climas são influenciados por fatores astronômicos e por fatores naturais/anteriores, mas chamar mudanças climáticas de “fatores estáticos” é equivocado; além disso, tsunamis são fenômenos geofísicos (sismo-tsunami), não climáticos.

C — Incorreta: exagera o papel de ENSO como “controle” da circulação global — ENSO influencia padrões climáticos, mas não é o mecanismo controlador da circulação atmosférica. Também inverte a ideia: El Niño corresponde a águas mais quentes no Pacífico tropical leste (maior calor), enquanto La Niña corresponde a águas mais frias (menor calor).

E — Incorreta: generaliza equivocadamente o clima do Brasil como de “tropicalidade” com grandes amplitudes térmicas na Amazônia. A Amazônia tem pequena amplitude térmica diária e anual e baixa sazonalidade térmica; as maiores amplitudes ocorrem em interiores de latitudes médias e regiões de altitude.

Dicas de prova: fique atento a termos imprecisos (longitude como fator climático; chamar tsunamis de fenômeno climático; inversões sobre El Niño/La Niña). Procure palavras absolutas e erros de causa/efeito.

Fontes recomendadas: IPCC AR6 (resumos), material didático de climatologia (Lutgens & Tarbuck; manuais do INMET).

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