Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada tem a mesma função sintática da palavra nos na frase: Ele nos diz que algo está errado.

Tema central: Função sintática dos pronomes oblíquos átonos. A questão exige reconhecer, dentro da norma-padrão, a função sintática (objeto direto ou indireto) do pronome nas frases apresentadas.

Regra-chave: Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), os verbos transitivos indiretos exigem complemento com preposição, geralmente assumido por pronomes oblíquos (me, te, lhe, nos, vos, lhes). Esses pronomes, quando ligados ao verbo por preposição implícita, exercem a função de objeto indireto.

No exemplo: “Ele nos diz que algo está errado.”

• Verbo: “diz”
• Sujeito: “Ele”
• Objeto direto: “que algo está errado” (oração subordinada)
• Objeto indireto: “nos” (a quem se diz)

Análise da alternativa correta (D):

D) O mal-estar me parece diferente.

Aqui, “parecer” é verbo transitivo indireto (isso me parece estranho), portanto, “me” é objeto indireto. Tal uso corresponde à função do “nos” da frase original. Este é o ponto central da resposta, explicitado com clareza pela sintaxe normativa (Cunha & Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo).

Análise das alternativas incorretas:

• A) “nos desperta” – “nos” = objeto direto (quem desperta, desperta alguém).
• B) “nos mantém vivos” – “nos” = objeto direto (quem mantém, mantém alguém).
• C) “algo maior e menos fácil” – sem pronome oblíquo; irrelevante para comparação.
• E) “convicção crescente” – sem pronome oblíquo.

Estratégia para a prova: Sempre identifique o verbo, pergunte “quem [verbo]?” para o sujeito e “[verbo] o quê?” (objeto direto) ou “a quem/para quem?” (objeto indireto). Fique atento a pegadinhas: pronomes com grafia idêntica podem exercer funções diferentes, conforme o verbo exige complemento direto ou indireto.

Portanto, a alternativa correta é D, pois traz o pronome com a mesma função sintática de objeto indireto.

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