O autor utiliza, reiteradamente, o sentido conotativo
das palavras, em busca da melhor e mais expressiva construção
do texto. Analise as assertivas (negritadas no texto
e transcritas abaixo), em que esse recurso está presente.
I) “Seu ponto de partida é uma constatação
desconcertante...”
II) “A razão para a esqualidez de nossas ideias...”
III) “Tal condição é acompanhada pelo declínio dos
ideais iluministas...”
IV) “Saber, ou possuir informação (...) tem mais valor,
porque nos mantêm à tona.”
V) “... tais mídias fomentam hábitos mentais que são
opostos àqueles necessários para gerar ideias.”
VI) “... comunicam-se por uma orgia de imagens e
frases curtas...”
Estão corretas apenas:
O autor utiliza, reiteradamente, o sentido conotativo das palavras, em busca da melhor e mais expressiva construção do texto. Analise as assertivas (negritadas no texto e transcritas abaixo), em que esse recurso está presente.
I) “Seu ponto de partida é uma constatação desconcertante...”
II) “A razão para a esqualidez de nossas ideias...”
III) “Tal condição é acompanhada pelo declínio dos ideais iluministas...”
IV) “Saber, ou possuir informação (...) tem mais valor, porque nos mantêm à tona.”
V) “... tais mídias fomentam hábitos mentais que são opostos àqueles necessários para gerar ideias.”
VI) “... comunicam-se por uma orgia de imagens e frases curtas...”
Estão corretas apenas:
Em texto publicado no New York Times, Neal Gabler,
da Universidade do Sul da Califórnia, argumenta que vivemos
em uma sociedade na qual ter informações tornou-se
mais importante do que pensar: uma era pós-ideias(...).
Seu ponto de partida é uma constatação
desconcertante: vivemos em uma sociedade vazia de
grandes ideias, leia-se, conceitos e teorias influentes, capazes
de mudar nossa maneira de ver o mundo. (...) Não
somos menos inteligentes do que nossos ancestrais. A
razão para a esqualidez de nossas ideias, segundo o
autor, é que vivemos em um mundo no qual ideias que
não podem ser rapidamente transformadas em negócios,
lucros, são relegadas às margens. Tal condição é acompanhada
pelo declínio dos ideais iluministas – o primado
da razão, da ciência e da lógica – e a ascensão da
superstição, da fé e da ortodoxia. (...)
O autor aponta que a principal causa da debilidade das
nossas ideias é o excesso de informações. Hoje, graças à
internet, temos acesso facilitado a qualquer informação,
de qualquer fonte, em qualquer parte do planeta. Colocamos
a informação acima do conhecimento. Temos acesso
a tantas informações que não temos tempo para processá-las.
(...) Saber, ou possuir informação, tornou-se mais
importante do que conhecer; mais importante porque tem
mais valor, porque nos mantêm à tona, conectados em
nossas infinitas redes de pseudorrelações.
As novas gerações estão adotando maciçamente as
mídias sociais, fazendo delas sua forma primária de comunicação.
Para Glaber, tais mídias fomentam hábitos
mentais que são opostos àqueles necessários para gerar
ideias. Elas substituem raciocínios lógicos e argumentos
por fragmentos de comunicação e opiniões descompromissadas.
O mesmo fenômeno atinge as gerações mais velhas.
Nas empresas, muitos executivos passam parte considerável
de seu tempo captando fragmentos de notícias sobre
mercados, concorrentes e clientes. (...) Vivem a colher informações
e distribuí-las, sem vontade ou tempo para
analisá-las. Tornam-se máquinas de captação e reprodução.
À noite, em casa, repetem o comportamento nas mídias
sociais. Seguem a vida dos amigos e dos amigos dos
amigos; comunicam-se por uma orgia de imagens e
frases curtas, signos cheios de significado e vazios de
sentido. (Carta Capital, 16/10/2011)
Gabarito comentado
Tema central: A questão avalia a habilidade do candidato em identificar o sentido conotativo das palavras, especialmente o uso de figuras de linguagem no texto. Entender conotação é fundamental: trata-se do uso figurado, expressivo ou inovador das palavras, diferentemente do sentido literal (denotativo).
Regra-chave: Segundo gramáticas de referência (Bechara; Cunha & Cintra), o sentido conotativo surge quando há deslocamento de significado, criando metáforas ou imagens que produzem maior impacto sensorial ou emocional. Palavras assumem significado mais subjetivo, influenciado pelo contexto.
Justificativa da alternativa correta – Letra A (II, IV e VI):
II) “A razão para a esqualidez de nossas ideias...”
→ “Esqualidez” normalmente se refere a magreza física, mas aqui compara metaforicamente a pobreza ou fragilidade das ideias. É metáfora e uso conotativo.
IV) “...tem mais valor, porque nos mantêm à tona.”
→ “Nos mantêm à tona” não é sobre boiar literalmente, e sim sobreviver ou se manter socialmente atualizado. Outro exemplo de metáfora.
VI) “...comunicam-se por uma orgia de imagens...”
→ “Orgia” ganha sentido figurado, de exagero, excesso descontrolado. Novamente, conotação evidente.
Análise das alternativas incorretas:
I) “...constatação desconcertante.”
“Desconcertante” aqui significa algo que causa espanto ou surpresa, mas permanece no campo literal; falta deslocamento de sentido.
III) “...declínio dos ideais iluministas.”
“Declínio” é empregado no sentido real de queda, sem figura de linguagem.
V) “...mídias fomentam hábitos mentais...”
Usa “fomentar” no sentido literal de incentivar, sem conotação especial.
Estratégia de prova: Sempre observe se a palavra ou expressão representa algo além do sentido básico; se cria imagem, exagero, comparação implícita ou deslocamento de sentido. Cuidado com palavras que, mesmo impactantes, mantêm seu significado habitual!
Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, identificar metáforas e conotações é essencial para textos argumentativos e literários, pois atribui maior expressividade à mensagem.
Resumo: II, IV e VI utilizam o sentido conotativo (metáfora), justificando a alternativa A como correta. Fique atento ao contexto e à intenção do autor nas próximas provas!
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