Questão 2f836482-db
Prova:EINSTEIN 2017
Disciplina:Literatura
Assunto:Realismo, Escolas Literárias

• Do romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, é correto afirmar que

A
 é um romance de tese e pretende provar que a felicidade só é possível no desfrute da civilização, tirando dela o maior proveito tecnológico possível.
B
apresenta um protagonista, “o príncipe da grã-ventura”, que se sente em estado de felicidade e plenamente realizado tanto com as tecnologias da cidade grande, quanto com a rudeza primitiva do campo.
C
desenvolve suas principais ações na Rua Campos Elíseos, 202, em Paris, e o contato de Jacinto com a natureza restringe-se, ao longo do romance, apenas ao passeio à floresta de Montmorency.
D
estrutura sua narrativa a partir da relação antagônica entre Jacinto e Zé Fernandes, e se apoia na ação persuasiva transformadora do narrador sobre o protagonista. 

Gabarito comentado

R
Rebeca LealMonitor do Qconcursos

Tema central: A questão aborda a estrutura narrativa e os elementos centrais do romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, além de relacionar esses pontos ao processo de transformação do protagonista, Jacinto, por meio do contato com o meio rural e da relação com o narrador Zé Fernandes.

Comentário detalhado:

Alternativa D – CORRETA: O romance realmente estrutura sua narrativa em torno da relação antagônica entre Jacinto e Zé Fernandes. Jacinto, no início, representa o otimismo com o progresso e os confortos da civilização parisiense. Já Zé Fernandes narra a história sob a ótica do português que valoriza a terra natal e enxerga críticas ao artificialismo urbano. O confronto de ideias entre ambos promove o desenvolvimento da narrativa, sendo Zé Fernandes peça-chave na mudança de mentalidade de Jacinto. Seu papel de narrador é fundamental para evidenciar, ao leitor, a conversão de Jacinto – da decepção com os excessos citadinos à busca pela simplicidade e harmonia no campo. Essa transformação ocorre por meio do contato direto com a vida rural e do olhar persuasivo que o narrador fornece ao leitor. Observe como Eça utiliza essa relação como fio condutor da crítica social e cultural à modernidade. Esse modelo é típico dos romances realistas e de tese, conforme descrito por Alfredo Bosi em História Concisa da Literatura Brasileira.

Alternativa A – INCORRETA: Erro conceitual sutil: O romance propõe a superação das ilusões da modernidade e não a exaltação da felicidade pelo progresso tecnológico, como afirma a alternativa. A felicidade, segundo Eça, é encontrada no campo, e não na urbanidade parisiense.

Alternativa B – INCORRETA: Pegadinha clássica: Jacinto NÃO se sente realizado na cidade – ele sofre de apatia e vazio existencial em Paris, encontrando plenitude apenas ao assumir uma vida simples em Tormes. Fique atento a expressões como "plenamente realizado em ambos", pois contrariam o núcleo do enredo.

Alternativa C – INCORRETA: Atenção aos detalhes geográficos: O romance se desloca de Paris para Tormes, sendo que o contato com a natureza é intenso e transformador, e não restrito a um simples passeio à floresta.

Dica de interpretação: Ao identificar relações de oposição, trajetórias do protagonista, e transformações de valores e ambientes, você ganha clareza para evitar armadilhas e reconhecer o tema central solicitado. Evite respostas que absolutizam ou reduzem o enredo a um único momento ou espaço.

Resumo final: A resposta correta é a alternativa D, pois retrata fielmente a dinâmica entre os personagens, o papel do narrador e o percurso de Jacinto na obra de Eça de Queirós.

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