Segundo o IBGE, dentre os 5.564 municípios existentes no país, 4.625 não são considerados centros de gestão. Essas informações foram obtidas por meio de pesquisas realizadas pelo instituto que investigou as principais ligações de transporte em direção aos centros de gestão, bem como os principais destinos dos moradores até as metrópoles para obterem bens e serviços.

https://ww2.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/regic.shtm?c=7. Acesso em 05.fev.2019.

Considerando-se a hierarquia urbana brasileira, é correto afirmar que

devido à distância do centro econômico e administrativo do país, as metrópoles regionais, a exemplo de Manaus, têm pouca importância na rede urbana brasileira.

a hierarquia entre as cidades deixou de ser relevante devido à homogeneização dos fluxos entre as cidades e ao atendimento às necessidades básicas da população.

as populações, que vivem em regiões com redes urbanas menos adensadas, têm o mesmo acesso aos bens devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação e de transportes.

essa hierarquia apresenta grande concentração de serviços nas metrópoles e nas capitais regionais, o que dificulta o acesso aos serviços públicos essenciais aos moradores de cidades menores.

Gabarito comentado

Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Resposta: Alternativa D

Tema central: Hierarquia urbana — distribuição desigual de funções (serviços, comércio, administração) entre cidades de diferentes portes e graus de influência. Entender esse tema é essencial para interpretar dados do IBGE (REGIC) sobre centros de gestão e fluxos urbanos.

Resumo teórico (essencial): A hierarquia urbana organiza-se em níveis: metrópoles, capitais regionais, cidades intermediárias e locais. Cidades de maior hierarquia concentram serviços especializados e decisões administrativas; as menores dependem delas para bens e serviços. Conceitos úteis: centralidade e fluxos de influência (ver IBGE — REGIC; também a Teoria dos Lugares Centrais de Christaller como referência teórica).

Fontes: IBGE — Regiões de Influência das Cidades (REGIC), 2018/2019; Christaller, W. (Teoria dos Lugares Centrais).

Justificativa da alternativa correta (D): A alternativa D descreve corretamente a consequência da hierarquia urbana: há forte concentração de serviços nas metrópoles e nas capitais regionais, o que torna mais difícil o acesso a serviços públicos e especializados por moradores de municípios menores. Isso está alinhado com os dados citados (muitos municípios não são centros de gestão) e com análises do REGIC sobre dependência e fluxos entre cidades.

Análise das alternativas incorretas:

A — Errada: Manaus ou outras metrópoles regionais têm importância na rede urbana local e nacional; mesmo distantes do eixo Sudeste, exercem centralidade econômica e administrativa em suas regiões. Afirmar que têm "pouca importância" é incorreto.

B — Errada: A hierarquia urbana não deixou de ser relevante. Fluxos e desigualdades persistem; a ideia de homogeneização dos fluxos é exagerada e contraria evidências do IBGE sobre níveis de influência diferenciados entre cidades.

C — Errada: Embora meios de comunicação e transporte melhorem o acesso, eles não igualam o atendimento de bens e serviços — muitos procedimentos e serviços especializados continuam concentrados em centros superiores, gerando desigualdades de acesso.

Dica de interpretação para provas: Procure palavras-chave como "hierarquia", "concentração", "acesso" e relacione-as ao conceito de centralidade. Desconfie de alternativas que generalizam (ex.: “deixou de ser relevante”, “têm o mesmo acesso”).

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