No texto, em “É racista, é xenófobo”, o referente
que funciona como sujeito é:
VELHAS PIADAS PROVOCAM DEBATE SOBRE
RACISMO ENTRE DESCENDENTES DE ASIÁTICOS
Quando tinha onze anos, o cineasta Leonardo
Hwan voltava da escola com um amigo em São Paulo,
quando um homem de cerca de trinta anos se
aproximou, deu um susto nos garotos e gritou que eles
deveriam "voltar para o país deles".
"Nunca esqueci. Fiquei muito assustado", diz
Leonardo, 27, que é brasileiro e descendente de
tawaineses. Hoje ele conta essa história para explicar
porque fazer a piada do "pastel de flango" ou gritar
"abre o olho, japonês" para descendentes de
asiáticos é ofensivo. E ele tem que explicar diversas
vezes.
"É racista, é xenófobo. Não é 'apenas uma
piada'. Você está fazendo o mesmo que o cara: está
dizendo que a pessoa não pertence, que ela é
estrangeira, que não é bem-vinda", diz Leonardo.
Ele critica uma postagem do prefeito de São Paulo, João
Doria, que escreveu a legenda "acelela" em vez de
"acelera" (seu slogan) em uma foto durante uma visita à
China [...].
"Quando você diz 'acelela', está tirando sarro
não dos chineses de lá, mas dos imigrantes daqui, para
quem a questão da língua e da adaptação é uma dificuldade real, e para descendentes que lutam há anos
para serem aceitos", afirma Leonardo.
[...]
Disponível em:
https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/bbc/2017/08/04/ velhas-piadas-provocam-debate-sobre-racismo-entre-descendentes-deasiaticos.htm Acesso em: ago. 2017.
VELHAS PIADAS PROVOCAM DEBATE SOBRE RACISMO ENTRE DESCENDENTES DE ASIÁTICOS
Quando tinha onze anos, o cineasta Leonardo Hwan voltava da escola com um amigo em São Paulo, quando um homem de cerca de trinta anos se aproximou, deu um susto nos garotos e gritou que eles deveriam "voltar para o país deles".
"Nunca esqueci. Fiquei muito assustado", diz Leonardo, 27, que é brasileiro e descendente de tawaineses. Hoje ele conta essa história para explicar porque fazer a piada do "pastel de flango" ou gritar "abre o olho, japonês" para descendentes de asiáticos é ofensivo. E ele tem que explicar diversas vezes.
"É racista, é xenófobo. Não é 'apenas uma piada'. Você está fazendo o mesmo que o cara: está dizendo que a pessoa não pertence, que ela é estrangeira, que não é bem-vinda", diz Leonardo.
Ele critica uma postagem do prefeito de São Paulo, João Doria, que escreveu a legenda "acelela" em vez de "acelera" (seu slogan) em uma foto durante uma visita à China [...].
"Quando você diz 'acelela', está tirando sarro não dos chineses de lá, mas dos imigrantes daqui, para quem a questão da língua e da adaptação é uma dificuldade real, e para descendentes que lutam há anos para serem aceitos", afirma Leonardo.
[...]
Disponível em:
https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/bbc/2017/08/04/ velhas-piadas-provocam-debate-sobre-racismo-entre-descendentes-deasiaticos.htm Acesso em: ago. 2017.
Gabarito comentado
Tema central: Sintaxe - Sujeito oracional (oração subordinada substantiva subjetiva)
A questão exige a identificação do sujeito das orações “É racista, é xenófobo”. Esse sujeito não é um termo simples (um substantivo ou pronome), mas sim uma oração inteira. Trata-se do chamado sujeito oracional, conceito tratado por gramáticos como Evanildo Bechara e Cunha & Cintra: é quando uma oração exerce a função de sujeito da oração principal.
No contexto do texto, ao dizer “É racista, é xenófobo”, Leonardo se refere à ação de “fazer a piada do ‘pastel de flango’ ou gritar ‘abre o olho, japonês’ para descendentes de asiáticos”. Assim, a estrutura completa é:
Fazer a piada do "pastel de flango" ou gritar "abre o olho, japonês" para descendentes de asiáticos é racista, é xenófobo.
Logo, o verdadeiro sujeito da oração é toda essa ação, expressa por uma oração reduzida de infinitivo.
Por que a alternativa D está correta?
A alternativa D apresenta exatamente o trecho que funciona como sujeito. Isso ocorre porque exprime o “quem/que” pratica o que é afirmado pelo verbo (é racista, é xenófobo).
Análise das alternativas incorretas:
A) O cineasta Leonardo Hwan: Não é o sujeito dessa oração; ele é apenas personagem que relata os fatos.
B) Um amigo: Está presente em outro trecho; não exerce função sintática de sujeito nesse contexto.
C) Um homem de cerca de trinta anos: Este termo é referente ao agressor no episódio, sem vínculo com o sujeito da oração analisada.
E) Você: A palavra "você" aparece em outros trechos, referindo-se ao leitor ou ao interlocutor, mas não está associada ao verbo “é” de “é racista, é xenófobo”.
Dica valiosa: Em provas, atenção quando o sujeito não estiver explícito como substantivo/pronome. Se o referente for uma ação inteira descrita antes, provavelmente trata-se de sujeito oracional—não caia em pegadinhas!
Gramáticas recomendadas: Consulte “Moderna Gramática Portuguesa” (Bechara) e “Nova Gramática do Português Contemporâneo” (Cunha & Cintra) para fortalecer esse conteúdo.
Compreendendo o conceito de sujeito oracional, você estará mais seguro em questões sintáticas e de interpretação!
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






