Em “Era de conduta tão irregular e incerta o Governo que tudo ele podia esperar: a liberdade ou a morte, mais esta que aquela. (...)” (linhas 17-19), o par correlativo “ tão... que” expressa a ideia de

Os pares correlatos tal...que, tão...que e tamanho...que compõem, respectivamente, a oração principal e a oração subordinada de um período composto. Isso significa que, embora presentes em orações diferentes, esses elementos precisam estar explícitos e simultâneos para expressarem certo sentido às orações.

Vejamos o fragmento de origem: “Era de conduta tão irregular e incerta o Governo que tudo ele podia esperar: a liberdade ou a morte, mais esta que aquela"

Examinando especificamente a segunda oração, que se subordina à primeira (principal), fica claro que “tudo poder esperar: a liberdade ou a morte" é uma consequência de ser “tão irregular e incerta a conduta do Governo". Como bem sabemos, não existe uma consequência sem que exista a sua causa. Então, a primeira oração carrega o sentido de causa, enquanto a subordinada explicita o sentido de consequência. Essa relação causa-consequência somente é possível pela presença do elemento de intensidade “tão", na oração inicial e do conectivo de consequência “que", presente na oração posterior.

Com base nesta análise, vejamos as opções:

A)   condição / conclusão

ERRADA.

A ideia de condição é identificada quando algo só acontece porque outro acontece também. Essa relação de dependência é estabelecida por conectivos condicionais, como SE e CASO, por exemplo. Nesse processo, não há o valor semântico de conclusão, que é referente ao fechamento de um raciocínio. Conectivos como PORTANTO, LOGO e ENTÃO são representativos da ideia de conclusão.

B) adversidade / finalidade

ERRADA.

Adversidade ou oposição é um valor expresso por conectivos como MAS, PORÉM, NO ENTANTO, por exemplo, enquanto o significado de finalidade é passado por conectores como PARA QUE, A FIM DE QUE, que expressam objetivo referente a algo ou alguém.

C) causa / consequência

CORRETA.

À explicação anterior ao comentário das opções, acrescenta-se o fato de que SEMPRE os pares correlatos tão... que, tal...que e tamanho...que passarão, respectivamente, as ideias de causa e de consequência. Assim, a segunda oração, por apresentar a circunstância de consequência, classifica-se como subordinada adverbial consecutiva.

D) adição / consequência

 ERRADA.

Embora a segunda oração expresse o valor de consequência, não há o sentido de adição na oração inicial. Lembremos que a adição ou soma é um valor semântico que pode ser manifestado por conectivos como E, BEM COMO, ou pares correlatos como NÃO SÓ...MAS TAMBÉM e NÃO SÓ... COMO TAMBÉM.

Resposta: C