Leia este trecho do texto Censura-violência (1979), de Antonio Candido (1918-2017).
Violência física e violência mental são na verdade violência social, como fica mais evidente neste fim
de século especialmente bruto. Ela é fruto da desigualdade econômica, que requer força para se
manter, porque sem força a igualdade se imporia como solução melhor, que na verdade é. Hoje, é
espantoso ouvir e ler os pronunciamentos das autoridades de todos os níveis, que falam com
veemência crescente que a miséria do povo é intolerável, que a concentração da riqueza deve ser
mitigada, que a pobreza é um mal a ser urgentemente superado – não raro com estatísticas
demonstrativas. É espantoso, porque até pouco tempo tais afirmações eram consideradas coisa de
subversivos; e é espantoso porque isso é dito, mas quem diz faz tudo para que as coisas fiquem
como estão, e para que os que querem mudar sejam devidamente enquadrados pela força. Não há
dúvida de que a censura funciona como retificação, como dolorosa ortopedia feita para lembrar aos
incautos a obrigação de não passar da demagogia à luta real pela democracia. A ideia, a palavra, a
imagem podem ser instrumentos perigosos aos olhos dos que desejam apenas escamotear,
operando conscientemente no plano da ideologia para abafar a verdade. Censura, portanto, e
censura como arma para formar com outras o arsenal de manutenção da desigualdade – econômica,
política, social. Por isso, mais em nosso tempo do que em outros, nos quais eram menos variados e
atuantes os meios de expressão, devemos estar cada vez mais preparados para lutar contra a
violência dentro da qual vivemos em todos os níveis. Inclusive a da censura.
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho acima.
I - O autor defende que a censura é uma forma de violência a serviço da manutenção da
desigualdade econômica, política e social.
II - O autor elogia as iniciativas de governo que têm verdadeiramente contribuído para a extinção da
pobreza.
III- O autor convoca o leitor a combater todas as formas de violência.
Quais estão corretas?
Leia este trecho do texto Censura-violência (1979), de Antonio Candido (1918-2017).
Violência física e violência mental são na verdade violência social, como fica mais evidente neste fim de século especialmente bruto. Ela é fruto da desigualdade econômica, que requer força para se manter, porque sem força a igualdade se imporia como solução melhor, que na verdade é. Hoje, é espantoso ouvir e ler os pronunciamentos das autoridades de todos os níveis, que falam com veemência crescente que a miséria do povo é intolerável, que a concentração da riqueza deve ser mitigada, que a pobreza é um mal a ser urgentemente superado – não raro com estatísticas demonstrativas. É espantoso, porque até pouco tempo tais afirmações eram consideradas coisa de subversivos; e é espantoso porque isso é dito, mas quem diz faz tudo para que as coisas fiquem como estão, e para que os que querem mudar sejam devidamente enquadrados pela força. Não há dúvida de que a censura funciona como retificação, como dolorosa ortopedia feita para lembrar aos incautos a obrigação de não passar da demagogia à luta real pela democracia. A ideia, a palavra, a imagem podem ser instrumentos perigosos aos olhos dos que desejam apenas escamotear, operando conscientemente no plano da ideologia para abafar a verdade. Censura, portanto, e censura como arma para formar com outras o arsenal de manutenção da desigualdade – econômica, política, social. Por isso, mais em nosso tempo do que em outros, nos quais eram menos variados e atuantes os meios de expressão, devemos estar cada vez mais preparados para lutar contra a violência dentro da qual vivemos em todos os níveis. Inclusive a da censura.
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho acima.
I - O autor defende que a censura é uma forma de violência a serviço da manutenção da desigualdade econômica, política e social.
II - O autor elogia as iniciativas de governo que têm verdadeiramente contribuído para a extinção da pobreza.
III- O autor convoca o leitor a combater todas as formas de violência.
Quais estão corretas?