Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”.
Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2006, p. 15-16. Adaptado.
O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber,
Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2006, p. 15-16. Adaptado.
O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber,
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: trata-se do encontro cultural entre espanhóis e povos mesoamericanos e da reação imediata dos visitantes europeus — sobretudo a sensação de surpresa e admiração diante de manifestações culturais e urbanísticas desconhecidas.
Resumo teórico: as fontes de conquista (como relatos de cronistas) frequentemente registram espanto frente a paisagens, cidades e rituais indígenas. Esse espanto não implica julgamento comparativo automático (superioridade/inferioridade), mas descreve uma experiência imediata de choque cultural. Historiadores recentes (ex.: Matthew Restall) criticam mitos tradicionais e analisam como esses relatos foram usados para legitimar a conquista.
Fontes relevantes: Bernal Díaz de Castillo, Historia verdadera de la conquista de la Nueva España (relato presencial); Matthew Restall, Sete mitos da conquista espanhola (2006) — leitura indicada para problematizar interpretações tradicionais.
Justificativa da alternativa C: o enunciado fala explicitamente de espanto: “vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer…”. Isso descreve a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais e urbanísticas nativas. Logo, a opção C corresponde exatamente ao conteúdo do trecho.
Análise das alternativas incorretas:
A — Afirma “superioridade cultural dos nativos”. O texto aponta admiração, não uma declaração de superioridade comparativa; é interpretação indevida.
B — Diz “caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência”. O trecho registra apenas espanto no primeiro contato; não descreve amizade nem a convivência subsequente (que foi conflituosa).
D — Afirma “reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos”. O excerto refere-se aos espanhóis observando os nativos; não há indicação de como os indígenas reagiram.
E — “Rápida desaparição das culturas nativas” é uma conclusão histórica ampla e não está presente no trecho; além disso, é uma generalização equivocada para interpretar o trecho citado.
Estratégia para provas: procure termos-chave do enunciado (“maravilhas”, “não sabíamos o que dizer”) e evite extrapolações não sustentadas pelo texto. Desconfie de alternativas absolutas (sempre, nunca, rapidez total) e de leituras que invertam o sujeito da ação (quem admira/quem é admirado).
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