No trecho “Mas todos nós sabemos que felicidade não se compra.”, o termo sublinhado pode ser
substituído, sem alteração de sentido do texto, por:
Texto 2
Vivemos uma geração em que “tomar um porre” é sinônimo de status. Vi, durante os três últimos anos,
amigos que eram totalmente contrários ao exagero etílico tornarem-se verdadeiros bebuns. Uma pena. Eles
acreditam que a bebida é a desculpa para se tornarem quem eles não têm coragem de ser sóbrios. Ficam mais
“alegres”, sentem-se poderosos, sem limites, porém se esquecem de metade das coisas que ocorreram na noite
anterior. Pergunto-me qual seria o grande trunfo de viver dessa maneira.
Será que a influência vem da mídia? Comerciais mostram que consumir cerveja atrai mulheres lindas e
momentos agradáveis. Somos manipulados por propagandas? Em parte. De certa forma, a ideia daquela felicidade
que nos é vendida gera a ansiedade de conquistá-la por meio da bebida.
Mas todos nós sabemos que felicidade não se compra. A impressão que tenho é a de um hábito intrínseco à
passagem para a maturidade, como se a bebida fosse um passaporte à vida adulta. [...] A responsabilidade é o que
diferencia as fases da vida, e ser independente é muito mais do que comprar uma garrafa de vodka sem precisar
mostrar a identidade.
Cada vez mais novos, somos postos em um mundo de loucura e repressão. As algemas atadas são
falsamente libertadas quando o álcool passa a atuar na mente. É tudo mera ilusão. Os problemas continuam, a vida
permanece a mesma. A diferença é que, por algumas horas, você é que se aliena. Você é que perde a percepção da
realidade. Você é que deixa de vivenciar o que existe de fato para fantasiar.
Vale a pena? Embriaguez, alienação, ou sobriedade... Você pode viver da maneira que quiser, é só uma
questão de escolha. No entanto, não se esqueça de que para cada escolha haverá uma consequência, uma
renúncia e talvez o arrependimento.
SHIMABUKURO, Márcia. Disponível em: <http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br> Acesso em 15 fev. 2015
[Adaptado]
Gabarito comentado
Tema central da questão: A questão aborda interpretação de texto com foco na substituição semântica de conectivos adversativos, ou seja, exige reconhecer palavras que introduzem oposição entre ideias.
Justificativa da alternativa correta – Letra B (“Contudo”): No trecho analisado, o termo “mas” introduz uma informação contrária ou contrastante à anterior, o que caracteriza uma relação de adversidade. Segundo a gramática normativa (ver, por exemplo, Bechara, “Moderna Gramática Portuguesa”), mas e contudo são expressões adversativas clássicas, podendo ser trocadas sem alteração de sentido. Portanto, substituir “mas” por “contudo” mantém a ideia de oposição: “Contudo, todos nós sabemos que felicidade não se compra.”
Análise das alternativas incorretas:
A) Aliás: “Aliás” introduz uma informação adicional ou faz uma correção, não expressa contraste. Exemplo: “Ele errou, aliás, erra sempre”. Não é adversativo.
C) Enfim: “Enfim” sugere conclusão ou resumo final, não oposição. Exemplo: “Enfim, tudo deu certo”. Inadequado ao contexto adversativo.
D) Portanto: “Portanto” indica consequência (conjunção conclusiva). Exemplo: “Está chovendo; portanto, não irei”. Não há relação de contraste.
E) Talvez: “Talvez” é um advérbio de dúvida, não introduz oposição. Exemplo: “Talvez ele vá.” Não desempenha função adversativa.
Dica de prova: Conectivos adversativos (mas, porém, contudo, todavia, entretanto) sempre marcam oposição. Preste atenção ao contexto e evite confundir com conectivos de adição (aliás), conclusão (enfim, portanto) ou dúvida (talvez).
Regra gramatical – resumo: Na norma-padrão, as conjunções adversativas unem orações ou termos de sentido oposto. “Mas” e “contudo” exercem exatamente essa função.
Alternativa correta: B) Contudo.
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