Sobre a grande dicotomia público/privado, à luz das críticas feministas, é correto afirmar:
A bandeira “lugar de mulher é na política”, difundida na sociedade brasileira desde as eleições municipais
de 2000, visou não somente desconstruir a ainda persistente divisão sexual do trabalho, segundo a qual
o lugar de mulher é em casa, mas também demonstrar que a política é um espaço privilegiado de luta
contra discriminações e desigualdades, do qual as mulheres podem e devem participar, contribuindo
para a reconstrução da sociedade e do Estado brasileiro.
Sobre a grande dicotomia público/privado, à luz das críticas feministas, é correto afirmar:
A bandeira “lugar de mulher é na política”, difundida na sociedade brasileira desde as eleições municipais
de 2000, visou não somente desconstruir a ainda persistente divisão sexual do trabalho, segundo a qual
o lugar de mulher é em casa, mas também demonstrar que a política é um espaço privilegiado de luta
contra discriminações e desigualdades, do qual as mulheres podem e devem participar, contribuindo
para a reconstrução da sociedade e do Estado brasileiro.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: a dicotomia público/privado e a crítica feminista a essa separação — isto é, como a divisão entre “espaço doméstico” e “espaço político/social” naturaliza desigualdades e oculta trabalho, poder e exclusão das mulheres.
Resumo teórico: As críticas feministas mostram que a separação público/privado não é neutra. Ao relegar o trabalho reprodutivo e doméstico ao “privado”, legitima-se trabalho não remunerado, invisibiliza violência doméstica e exclui mulheres de decisões públicas. Autoras clássicas e contemporâneas (por exemplo, Hannah Arendt sobre esfera pública, Carole Pateman sobre contratos sociais) e documentos internacionais (CEDAW) indicam que ampliar o acesso das mulheres ao campo político é estratégia central para transformar estruturas de desigualdade.
Justificação da alternativa correta: A afirmação da questão combina duas ideias centrais do feminismo político: (1) descontruir a divisão sexual do trabalho — combater a ideia de que “lugar de mulher é em casa” — e (2) afirmar a política como espaço estratégico de combate às discriminações. A mobilização pela presença feminina na política (slogans como “lugar de mulher é na política”) visa justamente deslocar a mulher do privado para o público, garantindo representação, agenda política própria e políticas públicas que enfrentem desigualdades. Isso está em consonância com os princípios constitucionais de igualdade (CF/88, art. 5º) e com obrigações internacionais de eliminação da discriminação contra mulheres (CEDAW).
Dica para a prova: em itens de Certo/Errado verifique cada segmento da frase. Se ambos os núcleos (desconstrução da divisão sexual do trabalho; política como espaço de luta e reconstrução social) são consistentes com o referencial teórico, marque “Certo”.
Fontes indicadas: Carole Pateman, The Sexual Contract; Hannah Arendt, The Human Condition; Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW); Constituição Federal de 1988 (art. 5º).
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