Em consequência, essa lógica [dicotômica] supõe que a relação entre masculino-feminino constitui
uma oposição entre um polo dominante e outro dominado – e essa seria a única e permanente
forma de relação entre os dois elementos. O processo desconstrutivo permite perturbar essa ideia
de relação de via única e observar que o poder se exerce em várias direções. [...] Os sujeitos que
constituem a dicotomia não são, de fato, apenas homens e mulheres, mas homens e mulheres de
várias classes, raças, religiões, idades, etc, e suas solidariedades e antagonismos podem provocar
arranjos mais diversos, perturbando a noção simplista e reduzida de “homem dominante versus
mulher dominada. (LOURO, 1997, p. 33).
Sobre o texto, é correto afirmar:
Aoposiçãofixa“homemdominanteversusmulherdominada"éabaseconceitualcentraldaperspectivateóricafeministapós-estruturalista.
Sobre o texto, é correto afirmar:
Aoposiçãofixa“homemdominanteversusmulherdominada"éabaseconceitualcentraldaperspectivateóricafeministapós-estruturalista.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — errado
Tema central: feminismo pós-estruturalista, especialmente a crítica às dicotomias fixas entre "homem dominante" e "mulher dominada". É preciso entender como essa corrente desconstrói binarismos e interpreta o poder como múltiplo e relacional (Butler; Foucault; Louro, 1997).
Resumo teórico conciso: O feminismo pós-estruturalista rejeita explicações essencialistas que reduzem a relação entre sexos a uma oposição única e imutável. Em vez disso, enfatiza a performatividade de gênero (Judith Butler), a dispersão do poder em várias direções (influência foucaultiana) e a diferenciação interna entre sujeitos (classe, raça, idade, religião). Louro (1997) sintetiza essa perspectiva ao mostrar que as solidariedades e antagonismos produzem arranjos diversos, contrariando a ideia de uma relação sempre unívoca.
Por que a alternativa E é correta: A frase da questão afirma que a oposição fixa “homem dominante versus mulher dominada” seria a base conceitual central do feminismo pós-estruturalista — o que é falso. O texto citado faz exatamente o oposto: descreve a desconstrução dessa oposição fixa e mostra a complexidade das relações de poder. Logo, afirmar que tal oposição fixa é central a essa corrente é incorreto.
Análise da alternativa incorreta (C): Dizer que a oposição fixa é central ao feminismo pós-estruturalista confunde correntes. Essa visão corresponde mais ao essencialismo ou a leituras simplificadas de gênero, não ao pós-estruturalismo crítico que problematiza binarismos e destaca interseccionalidade e variabilidade dos sujeitos (Crenshaw; Butler).
Dica prática para provas: Atente a termos absolutos como "fixa", "única", "permanente". Se o enunciado ou o autor citado critica essa ideia, a afirmação que a consagra como central tende a ser falsa. Relacione autores e noções-chave: Butler → performatividade; Foucault → poder difuso; Crenshaw → interseccionalidade; Louro → desconstrução de dicotomias.
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