Qualquer discussão acerca da posição da mulher, do seu caráter e do temperamento, da sua escravização ou emancipação, obscurece a questão básica; o reconhecimento de que a trama cultural por trás das relações humanas é o modo como os papéis dos dois sexos são concebidos e de que o menino em crescimento é formado para uma ênfase local e especial tão ineroxavelmente como o é a menina em crescimento. (MEAD, 1979, p. 23).
Sobre a autora e relativamente às ideias contidas no texto, é correto afirmar:
Os estudos realizados pela autora aportaram para o desenvolvimento do campo teórico feminista/de gênero, pois discordavam da perspectiva emancipatória e afirmava necessidade de compreensão da diferença sexual a partir da dimensão anatômica.
Os estudos realizados pela autora aportaram para o desenvolvimento do campo teórico feminista/de gênero, pois discordavam da perspectiva emancipatória e afirmava necessidade de compreensão da diferença sexual a partir da dimensão anatômica.
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Tema central: a questão versa sobre construção cultural do gênero e a contribuição de Margaret Mead para os estudos de gênero. Saber diferenciar sexo (dimensão biológica) e gênero (dimensão cultural/social) é essencial.
Resumo teórico curto e progressivo: Mead, em Sex and Temperament (1935; reedições posteriores, citado 1979), demonstrou por estudo antropológico que temperamentoss e papéis atribuídos a homens e mulheres variam conforme a cultura. Sua ênfase é precisamente a natureza cultural dos papéis sexuais, o que alimenta o campo dos estudos de gênero ao questionar determinismos biológicos.
Por que a alternativa é Errada: A afirmação dada sustenta que os estudos de Mead “discordavam da perspectiva emancipatória e afirmavam a necessidade de compreensão da diferença sexual a partir da dimensão anatômica”. Isso contraria o núcleo da obra de Mead. Pelo contrário:
- Mead evidenciou que diferenças de temperamento e papel são resultado de socialização cultural, não mera anatomia.
- Sua obra subsidiou abordagens anti-essentialistas (isto é, contrárias ao determinismo biológico), fortalecendo reflexões emancipatórias ao mostrar que papéis sexuais podem ser transformados culturalmente.
Dica de interpretação (estratégia para provas): ao ler alternativas sobre autor/autoria, busque palavras-chave do autor (aqui: “trama cultural”, “socialização”). Se a alternativa afirma algo oposto ao princípio central do autor (ex.: defender determinismo biológico quando o autor enfatiza cultura), é sinal forte de erro. Evite ser atraído por expressões técnicas mal colocadas — verifique coerência com a obra conhecida.
Referência breve: Margaret Mead, Sex and Temperament in Three Primitive Societies (1935; várias edições posteriores).
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