“Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus
gestos, deram crédito às suas palavras.”
Em relação à oração que a sucede, a oração destacada tem
sentido de
Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego
Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder à questão.
Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo
depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se
ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele
negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde
ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram
atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras.
Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em
silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-
-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra
de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os
gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”
(Fábulas completas, 2013.)
Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder à questão.
Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê- -la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”
(Fábulas completas, 2013.)
Gabarito comentado
Tema central da questão: Esta questão aborda interpretação de texto com foco em sintaxe de orações subordinadas adverbiais, especificamente na identificação do valor semântico da conjunção “como”. Trata-se de reconhecer quando uma oração exerce papel de causa em relação à principal, conforme preceitua a norma-padrão.
Justificativa da alternativa correta – Letra A (causa): Na frase: “como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras”, a oração iniciada por “como” apresenta a razão (causa) pela qual “deram crédito às suas palavras”. O sentido causal se evidencia porque a falta de atenção é o que leva os caçadores a acreditarem nas palavras do lenhador.
Segundo Evanildo Bechara, na Moderna Gramática Portuguesa, e Celso Cunha & Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, a conjunção “como”, quando anteposta, normalmente indica causa (“como não estudou, não passou”). É possível substituir por “porque”, comprovando essa relação: “Porque não prestaram atenção…”.
Análise das alternativas incorretas:
B) conclusão: Incorreta. Não há fechamento lógico, mas sim explicação do motivo.
C) proporção: Incorreta. Relação proporcional ("à medida que", "quanto mais...") não está presente.
D) consequência: Incorreta. Consequência indica um efeito posterior (“de modo que”) e aqui temos a razão, não o efeito.
E) comparação: Incorreta. Não ocorre nenhum paralelo entre termos ou situações diferentes.
Estratégia para provas: Ao ver a conjunção “como” no início de oração antecedendo a principal, suspeite de valor causal. Teste substituição por “porque”. Observe sempre a direção do sentido: está explicando o motivo de algo? Se sim, o valor é causal.
Resumo: O enunciado exige reconhecer a relação de causa. “Como eles não prestaram atenção...” explica por que acreditaram nas palavras, atendendo ao conceito de oração subordinada adverbial causal.
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